
Bispos reúnem-se para analisar relatório sobre abusos sexuais na Igreja
Vinte e cinco casos foram reportados ao Ministério Público, que deram origem à abertura de 15 inquéritos, dos quais nove foram já arquivados, permanecendo seis em investigação.
Vinte e cinco casos foram reportados ao Ministério Público, que deram origem à abertura de 15 inquéritos, dos quais nove foram já arquivados, permanecendo seis em investigação.
Número foi revelado por Pedro Strecht, que lidera a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica. 25 denúncias foram enviadas ao Ministério Público.
As denúncias de crimes que não tenham prescrito serão encaminhadas para a Justiça. Mas a maioria das encaminhadas até agora foi arquivada, segundo a PGR.
A comissão divulgou no seu último balanço público, em outubro, que já tinha registado 424 testemunhos validados.
Para o padre Filipe Diniz, "é de saudar todo o trabalho que tem sido feito" pela Igreja Católica no combate ao problema, sublinhando "a transparência" do processo.
A associação sublinha que a "atuação da Comissão Independente, pelo apoio na desocultação de situações de violência, sua caracterização e estudo, e futura intenção de melhor auxiliar a atuação da Igreja Católica face a situações de violência sexual mereceu, portanto, a atenção da APAV e a intenção de lhe ser atribuído o Prémio APAV 2022".
A maior parte dos crimes reportados já prescreveu, assumiu o coordenador Pedro Strecht.
"Os portugueses devem colaborar nesta procura de justiça", afirmou o Presidente da República. Comissão que investiga abusos já validou 352 inquéritos.
Arquiteto Álvaro Siza foi convidado para projetar memorial de homenagem às vítimas.
Hans Zollner é membro da Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores do Vaticano e esteve em Lisboa.
O pedopsiquiatra Pedro Strecht referiu que "já foram enviados 16 [casos para o Ministério Público], mas em breve seguirão mais".
A 12 de abril, Álvaro Laborinho Lúcio, que integra a Comissão, revelou que entre os 290 testemunhos até então validados, 16 ainda não prescreveram.
Os abusos deram-se em situações como catequese, escolas católicas, escuteiros, grupos de jovens e outros, havendo igualmente casos de abuso em ordens religiosas. Há bispos suspeitos de ocultação e que ainda estão no ativo.
As denúncias eram desvalorizadas, à época dos crimes, e os padres abusadores transferidos. Com um mês de vida, a Comissão de estudo já regista mais de 214 casos.
Vítimas que prestaram o seu depoimento têm entre 88 e 15 anos de idade. Sentem "vergonha, medo, culpa e autoexclusão", aponta o pedopsiquiatra Pedro Strecht.
Há quem desabafe ao telefone, durante uma hora e meia. Outros falam em entrevistas presenciais, num apartamento sóbrio em Lisboa – e desenham lutas contra monstros. Segue o balanço das primeiras semanas da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos da Igreja.