Professores sem expectativa de acordo sobre tempo de serviço
Em cima da mesa está uma proposta do Governo para corrigir assimetrias decorrentes do congelamento da carreira, através de um conjunto de medidas que permitem acelerar a progressão dos docentes que trabalharam durante os dois períodos de congelamento.
O secretário-geral da Fenprof disse esta segunda-feira que a plataforma sindical que integra não tem expectativas de alcançar um acordo com o Ministério da Educação quanto às propostas para acelerar a progressão, insistindo na recuperação do tempo de serviço.
"Hoje não vai haver acordo nenhum", antecipou o líder da Federação Nacional dos Professores (Fenpof), em declarações aos jornalistas, à entrada da reunião de negociação suplementar com o Ministério da Educação, que se realiza a pedido das organizações sindicais.
Em cima da mesa está uma proposta do Governo para corrigir assimetrias decorrentes do congelamento da carreira, através de um conjunto de medidas que permitem acelerar a progressão dos docentes que trabalharam durante os dois períodos de congelamento, entre 2005 e 2017.
O diploma já tinha merecido críticas das organizações sindicais e o período normal de negociações terminou em 20 de abril, sem acordo.
"Só há uma forma de limpar as assimetrias da carreira docente, que é a contagem do tempo de serviço e cada um ser enquadrado na carreira de acordo com o tempo de serviço que tem. De outra maneira, não há qualquer tipo de correção", insistiu Mário Nogueira.
O dirigente sindical lembrou que a plataforma que junta nove organizações entregou, em março, uma proposta negocial à tutela em que prevê a recuperação integral do tempo de serviço (seis anos, seis meses e 23 dias), mas de forma faseada.
"Abertura para encontrar soluções existe, abertura para abrir mão daquilo que é dos professores, e o tempo de serviço é dos professores porque foi trabalhado, isso não existe", assegurou.
Sem expectativas positivas para a negociação suplementar, Mário Nogueira recordou que está convocada uma greve nacional e duas manifestações para 06 de junho, reafirmando que esse poderá ser um dia histórico pela contestação dos docentes, ou por um acordo com o Governo.
"Nós gostaríamos que nesse dia fosse possível haver um acordo para a recuperação desse tempo que pudesse ainda criar a tranquilidade que todos nós desejamos para o final do ano letivo", sublinhou o secretário-geral.
A proposta da tutela que volta hoje a estar em discussão prevê que recuperem o tempo em que ficaram a aguardar vaga nos 4.º e no 6.º escalões a partir do ano de descongelamento (2018), que fiquem isentos de vagas de acesso aos 5.º e 7.º, além da redução de um ano na duração do escalão para aqueles que também ficaram à espera de vaga, mas já estão acima do 6.º.
Antes da reunião com as nove organizações sindicais, o Ministério da Educação recebeu os restantes três sindicatos, que não integram a plataforma. À saída do encontro, o coordenador nacional do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) disse que a tutela não apresentou qualquer proposta alternativa e, por isso, não haveria acordo.
"Infelizmente, não há novidades positivas. Continuamos a ter uma tentativa de dividir para reinar, dar apenas algumas migalhas a alguns professores, mas não dando a justiça elementar que os professores e os não docentes exigem", disse André Pestana.
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