Professora condenada a 5 anos de prisão por maus tratos a alunos
Tribunal de Santarém considerou ter ficado provado que a professora, de 42 anos, dava bofetadas e chapadas e agredia com manuais escolares na cabeça e na barriga alunos de 6 e 7 anos do segundo ano.
O Tribunal de Santarém condenou hoje uma professora do primeiro ciclo a cinco anos de prisão, com pena suspensa, por nove crimes de maus tratos a alunos, cometidos no ano letivo 2017/2018 no Centro Escolar de Areias, no concelho de Ferreira do Zêzere.
No final de um julgamento que decorreu à porta fechada, o coletivo de juízes do Tribunal de Santarém considerou ter ficado provado que a professora, de 42 anos e residente na Lousã (Coimbra), dava bofetadas e chapadas e agredia com manuais escolares na cabeça e na barriga alunos da turma de segundo ano (de 6 e 7 anos) de que era titular.
A acusação do Ministério Público (MP), que foi quase toda dada como provada, referia igualmente o recurso a gritos e ofensas verbais.
O Tribunal estipulou ainda o pagamento de indemnizações às famílias das nove crianças visadas, num total de 11.700 euros.
Contrariamente ao pretendido pelo MP e pela defesa das crianças, a professora não foi condenada à suspensão de funções, podendo continuar a lecionar.
Contudo, segundo esclareceu à SÁBADO a Inspeção Geral da Educação e Ciência já ao início da noite desta segunda-feira, 14, "como a docente era contratada, a responsabilidade disciplinar, à data, prescrevia aquando da caducidade do contrato, o que impediu a conclusão do processo disciplinar." Foi na sequência deste caso, recorda este organismo, que "foi aprovada a Lei n.º6/2019, de 14/1, que permite o apuramento de responsabilidades disciplinares no momento em que o arguido celebre novo contrato com o Ministério da Educação, impedindo que situações como a referida se repitam."
A presidente do coletivo lamentou que a arguida nunca tenha mostrado arrependimento nem tenha pedido desculpa às crianças, considerando "inadmissíveis" os atos praticados.
O comportamento agressivo da docente foi relatado pelos pais das crianças à direção do agrupamento de escolas e depois à GNR e à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Ferreira do Zêzere, ao longo do ano letivo de 2017/2018.
As queixas deram origem a um inquérito disciplinar conduzido pela Inspeção Geral da Educação, que se pronunciou pelo arquivamento dos autos, mas o caso acabou por chegar a julgamento.
Notícia corrigida às 20h44 para adicionar o esclarecimento da Inspeção Geral da Educação e da Ciência sobre as novas regras.
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