Presidente da Câmara de Mação critica Protecção Civil
Vasco Estrela afirma que não vê no município “o número de meios aéreos” que aquela entidade diz ter mobilizado. Incêndio evolui "de forma muito violenta e completamente descontrolada"
O presidente da Câmara Municipal de Mação criticou esta quarta-feira a actuação da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), afirmando não vislumbrar no município "o número de meios aéreos que estão indicados na página [13 meios aéreos, cerca das 15h00, segundo o site da ANPC]".
"Alguma coisa está a correr mal", lamentou Vasco Estrela, acrescentando que, "numa hora crítica, estiveram mais de uma hora sem qualquer meio aéreo".
O incêndio que lavra em Mação, distrito de Santarém, estava a evoluir "de forma muito violenta e completamente descontrolada" cerca das 15h00, uma "situação dramática" que obrigou à evacuação da aldeia de Vale de Amêndoa.
"A situação é dramática, ainda chegou a acalmar durante a manhã mas agora as chamas estão completamente descontroladas e decidimos iniciar o processo de evacuação da aldeia de Vale de Amêndoa, levando as pessoas para a Santa Casa da Misericórdia de Mação", disse à Lusa, pelas 15h00, o presidente da autarquia.
"É dramático, o vento vai levantar-se durante a tarde e o fogo está a dirigir-se para a aldeia de Aboboreira e para a vila de Mação e os meios de combate no terreno são insuficientes para resolver esta situação", disse.
Contactado pela Lusa, o vice-presidente da Câmara de Mação, António Louro disse ainda que a aldeia de Louriceira "está cercada pelas chamas".
Este incêndio de Mação é proveniente de Vila de Rei, distrito de Castelo Branco, e deflagrou em Aboboreira às 00:01, segundo a página da ANPC, tendo diminuído de intensidade nas primeiras horas da manhã, mantendo, no entanto, duas frentes activas que terão "tocado" durante a noite as aldeias de Cerro do Outeiro, Casalinho, Serra e Abobobeira, sem causar feridos ou danos em habitações.
"As duas frentes estão agora menos activas, tendo diminuído de intensidade nas últimas horas devido à descida das temperaturas e aumento de humidade, e estamos num ponto crítico para resolver este problema uma vez que as primeiras horas da manhã são decisivas para que possamos conter o avanço das chamas", disse à Lusa, cerca das 09:00, António Louro, vice-presidente da autarquia.
De acordo com a página da ANPC, cerca das 15h45, estavam no terreno 310 operacionais, apoiados por 88 meios terrestres e 13 meios aéreos.
De acordo com a mesma página, estavam várias estradas cortadas, nomeadamente a EN 244-3, entre Louriceira e Serra, a EM 1284, entre Chão Codes e Vila de Rei, a EM 548, entre Chão de Codes e Aboboreira, e os Caminhos Municipais (CM) 1284, 75, e 1285.
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