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PJ faz buscas no Grupo Desportivo da Gafanha, em Ílhavo

18 de dezembro de 2019 às 14:02

"Não temos nada a esconder. Facultámos toda a informação pretendida", disse Carlos Peleja, presidente do GDG.

O Grupo Desportivo da Gafanha (GDG), emÍlhavo, distrito de Aveiro, está a ser alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária (PJ), no âmbito de um inquérito crime relacionado com fraude fiscal e branqueamento, informou fonte do clube.

Em declarações à Lusa, o presidente do GDG, Carlos Peleja, confirmou que elementos da PJ estão nas instalações do clube "a ver a contabilidade entre 2015 e 2017", que corresponde ao período da direção liderada por João Paulo Ramos.

"Não temos nada a esconder. Facultámos toda a informação pretendida", disse Carlos Peleja, manifestando estar tranquilo.

Segundo o mesmo responsável, pelas 13:00, os inspetores ainda se encontravam nas instalações do clube que na época passada desceu ao campeonato distrital da Associação de Futebol de Aveiro.

A PJ disse hoje ter realizado 13 buscas, incluindo em duas sociedades anónimas desportivas, dois escritórios de advogados e dois cofres bancários do Norte, no âmbito de um processo relacionado com crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento.

Em comunicado, a Diretoria do Norte da PJ refere que foram levadas a cabo 10 buscas domiciliárias e três não domiciliárias nos concelhos de Porto, Vila Nova de Gaia, Guimarães e Aveiro, sem especificar os alvos concretos.

A Procuradoria Geral da República já confirmou à agência Lusa que um dos alvos das buscas foram instalações da Sociedade Anónima Desportiva do (SAD) do Boavista.

"De acordo com o apurado até ao momento pela investigação, em causa estará a não entrega da prestação tributária devida, e a sua subsequente ocultação através do desenvolvimento de atividade empresarial relacionada com a realização e gestão de eventos desportivos", indica a PJ.

Até agora, afirma a polícia, "foi identificada uma vantagem patrimonial de milhões de euros".

Os suspeitos, especifica o comunicado, "serviam-se de diferentes ferramentas, entre os quais a utilização de faturação falsa emitida por empresas nacionais e estrangeiras e a ocultação de proveitos".

Para o branqueamento "foram usados mecanismos como a aquisição de bens móveis e imóveis por sociedades exclusivamente constituídas para o efeito, assim como o investimento em organizações desportivas, com conluio de agentes desportivos" e "para concretizarem as atividades ilícitas referidas os suspeitos recorreram a aconselhamento jurídico e técnico especializado".

As buscas foram realizadas no âmbito de um inquérito crime do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, 12.ª secção, envolvendo 80 efetivos entre magistrados judiciais e do Ministério Público, agentes da Diretoria do Norte da PJ e inspetores tributários da Direção de Finanças do Porto.

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