MP acusa ex-director de Agrupamento de Escolas de Montalegre de abuso de poder
Paulo Alves disse estar satisfeito por "finalmente haver acusação de um processo que se arrasta há três anos", porque significa que vai poder defender-se de acusações "inventadas".
O Ministério Público (MP) deduziu acusação contra o antigo director do Agrupamento de Escolas de Montalegre, imputando-lhe a prática de um crime de abuso de poder.
O ex-director Paulo Alves disse à agência Lusa estar satisfeito por "finalmente haver acusação de um processo que se arrasta há três anos", porque significa que vai poder defender-se de acusações "inventadas" e adiantou ainda que vai pedir a abertura de instrução.
A Procuradoria-Geral Distrital do Porto informou hoje, através da sua página na internet, que o MP considerou indiciado que o arguido, no exercício das funções de director do Agrupamento de Escolas Doutor Bento da Cruz, em Montalegre, "tomou várias decisões desfavoráveis a três docentes", nos anos "de 2011/2012 e 2014/2015".
Na acusação, o MP referiu que estas decisões foram tomadas "sem qualquer fundamento e sem outro propósito que não fosse o de as prejudicar, assim retaliando por aquelas não terem apoiado a sua eleição para o referido cargo de director do agrupamento".
O Ministério Público elencou algumas dessas decisões como a "distribuição de serviço em várias escolas ou em escolas distantes da residência, obrigando a grandes deslocações", ainda o "indeferimento do pagamento de ajudas de custo, ao arrepio do decidido em situações análogas para outros docentes" e o "indeferimento dos pedidos de justificação de faltas dadas no cumprimento de obrigações legais".
Em 2016, realizaram-se eleições no Agrupamento de Escola de Montalegre, tendo sido eleita uma nova direção.
Paulo Alves disse que vai pedir a abertura de instrução do processo judicial. A instrução é uma fase facultativa, que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue, ou não, para julgamento.
Afirmou ainda que encara a acusação e, depois o julgamento, se chegar a acontecer, como uma oportunidade de se defender de "invenções" e de "disparates" de que foi acusado e sublinhou que há três anos que vive um "drama diário" porque a "justiça não funciona".
Quanto à acusação deduzida pelo MP, Paulo Alves disse que contempla um conjunto de "64 pontos", onde o "seguinte é mais frágil que o anterior" e citou o último ponto que diz que o arguido "usou os normativos legais para se vingar" das docentes.
"Que raio país é este em que as leis são feitas para que alguém se possa vingar de subordinados", questionou.
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