Secções
Entrar

Movimento de utentes denuncia "desinvestimento e má gestão" na Soflusa

11 de outubro de 2017 às 18:59

Comunicado do MUSP indica que este é o "resultado de uma política de desinvestimento e má gestão que prejudica seriamente a mobilidade e os utentes"

Os problemas no transporte fluvial entre as margens do Tejo resultam de "uma política de desinvestimento e má gestão", denunciou hoje o Movimento de Utentes dos Serviços Púbicos (MUSP), que solicitou uma reunião urgente à administração da empresa.

"Esta situação, para a qual as comissões de utentes já há muito têm vindo a alertar, é o resultado de uma política de desinvestimento e má gestão que prejudica seriamente a mobilidade e os utentes", afirmou, em comunicado, o MUSP.

Na sequência da supressão pela Soflusa de oito carreiras nas horas de ponta nos percursos Barreiro-Lisboa, o movimento solicitou "uma reunião com carácter de urgência" com a administração da empresa, para conhecer as medidas com vista a resolver a "gravíssima situação criada".

"A falta de aquisição de novos navios, a redução do número de funcionários responsáveis pela manutenção e a falta de aquisição de peças, são a receita para a degradação do serviço prestado, para a imobilização de navios, por vezes durante meses", apontou o MUSP.

Uma situação que obriga à consequente "contratação de serviços externos, quase sempre mais demorados e dispendiosos", frisou o movimento.

"O processo de degradação do transporte fluvial ligando a margem sul a Lisboa é uma evidência, com mais de uma dezena de barcos parados, quer da Soflusa, quer da Transtejo, levando diariamente a atrasos e supressão de horários, criando dificuldades aos milhares de utentes que diariamente utilizam este meio de transporte", acrescentou o MUSP.

Problemas que, além disso, empurram outros tantos milhares de utentes "para o transporte privado, com acréscimos de custos, de importações e levando a uma degradação ambiental".

Para o MUSP, o governo deve decidir pela "aquisição de novos navios que permitam substituir as embarcações -- algumas com mais de 50 anos, diversas com mais de 20 -- que fazem parte da frota destas empresas e que já não se encontram em condições de prestar um serviço fiável e de qualidade".

O movimento defendeu ainda a necessidade de se avançar imediatamente com o investimento de dez milhões de euros, anunciado em Junho pelo ministro do Ambiente, "para colocar em funcionamento os navios parados", quando "metade da frota da Soflusa e Transtejo se encontra inoperacional".

Desde o início da semana que a Soflusa suprimiu várias ligações entre o Barreiro e Lisboa, durante os períodos das horas de ponta, o que tem originado incidentes nos cais de embarque.

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) anunciou hoje uma acção de fiscalização à Soflusa, na sequência das repetidas perturbações na prestação do serviço de transporte fluvial, no sentido de verificar "a protecção dos direitos dos passageiros".

A Soflusa é a empresa responsável pelas ligações entre o Barreiro e Lisboa, enquanto a Transtejo faz as ligações do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão com a capital.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela