Marcelo Rebelo de Sousa: "Perante alegrias e tristezas, estamos a fazer Portugal"
O chefe de Estado português utilizou este discurso para falar sobre a questão da migração, do valor dos portuguesas no mundo e para reforçar que o país não pode desistir de ter "mais riqueza, mais igualdade, mais coesão".
Marcelo rebelo de Sousa, Presidente da República, chegou às comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, por volta das 11 horas e foi recebido com aplausos.
Discursou após o enólogo e presidente da Comissão Organizador das Comemorações do Dia de Portugal João Nicolau de Almeida e começou por declarar que em todos os momentos, "perante alegrias e tristezas, estamos a fazer Portugal".
O chefe de Estado português acredita que este "é um 10 de Junho diferente" uma vez que as comemorações não ocorrem numa capital de distrito. Em 2023 celebra-se "o Douro profundo" como sinal de que "os Pesos da Réguas" são tão importantes "como as Lisboas, os Portos, as Coimbras".
Numa referência aos 19 municípios que se unem em torno do Douro, Marcelo Rebelo de Sousa relembra que "a união faz a força" e considera que o Douro é "o retrato do Portugal que queremos".
O Presidente da República referiu a importância da imigração apelando a que saibamos "receber, como exigimos ser recebidos lá fora. Lembrou ainda que os portugueses, que se aventuraram através da emigração, fizeram o seu caminho, "ultrapassando egoísmo" e sem nunca "ceder na nossa independência".
Estes emigrantes são também importantes para a influência de Portugal no mundo, assim Marcelo Rebelo de Sousa enaltece ainda a "reeleição do secretário-geral da ONU", António Guterres e as "tropas destacadas" no estrageiro como exemplo do papel dos portugueses que resulta num "peso num mundo muito maior que a nossa superfície terrestre".
Ainda neste campo o Presidente lembra que o português é "a 5ª língua mais falado no mundo e a segunda mais falada no hemisfério sul".
"Do que nos serve a influência externa, se dentro de portas temos problemas por resolver?", questionou de seguida Marcelo para introduzir um novo tópico no seu discurso e continuou: "Se temos mais pobreza do que riqueza, mais desigualdade do que igualdade?"
O chefe de Estado português pede que o país não desista de ter "mais riqueza, mais igualdade, mais coesão" deixando ainda um aviso de que a riqueza só por si não é capaz de resolver os problemas sociais uma vez que existem países "mais ricos do que nós" mas "incapazes de compreender o mundo".
Assim sendo, o Presidente pede que Portugal seja "mais forte e mais justo cá dentro".
No término do discurso Marcelo referiu, no paralelismo com o que acontece no Douro, que "é preciso cortar os ramos mortos que atingem a árvore toda", que pode ser considerado como uma nova sugestão de saída de João Galamba.
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