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Marcelo destaca "relevo" que Portugal teve na posse de Bolsonaro

02 de janeiro de 2019 às 08:40

Marcelo Rebelo de Sousa mencionou que a cerimónia lhe permitiu ter contactos bilaterais com outros representantes estrangeiros, como os presidentes do Chile e do Paraguai, entre outros.

O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que Portugal teve relevo protocolar, foi tratado de forma afável e beneficiou com a sua representação na posse de Jair Bolsonaro como Presidente do Brasil.

"Da ótica da representação do Estado português, que era o que importava, eu direi que, até este momento, o objetivo foi cabalmente realizado", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, num hotel de Brasília, após a cerimónia de posse do Presidente do Brasil.

Segundo o Presidente da República, "sentiu-se que Portugal, com uma presença que foi aquela que entendeu dever ter, beneficiou, como tem beneficiado neste momento, de uma atenção, de uma simpatia e de um interesse político muito grande da parte de países muito variados".

Marcelo Rebelo de Sousa mencionou que a cerimónia lhe permitiu ter contactos bilaterais com outros representantes estrangeiros, como os presidentes do Chile e do Paraguai, entre outros.

Escusando-se a comentar os dois discursos feitos hoje por Jair Bolsonaro, o chefe de Estado português preferiu destacar "a forma muito direta e afável como o Presidente e o vice-presidente [general Hamilton Mourão] se dirigiram a Portugal".

Com Jair Bolsonaro "houve três oportunidades para brevemente se trocar impressões", adiantou: "Quando decidiu, desviando-se do protocolo, cumprimentar alguns dos que estavam na primeira fila [no Congresso] e depois quando recebeu os cumprimentos [no Palácio do Planalto] e depois ainda agora na receção no Itamaraty".

"Em geral, eu pude verificar, de facto, o acolhimento muito simpático dado a Portugal, por duas vezes, à entrada no Itamaraty e à saída, os aplausos a Portugal, gritando por Portugal, como não houve com a generalidade dos convidados, e que surpreendeu a generalidade dos convidados", relatou.

Marcelo Rebelo de Sousa disse ter explicado que isso se deve à "tal relação" entre Portugal e o Brasil, às comunidades portuguesa e brasileira nos dois países, aos laços familiares entre as duas populações e à longa relação bilateral.

Por outro lado, considerou que "é importante o relevo que Portugal mereceu protocolarmente, quer no Congresso, quer depois no alinhamento dos cumprimentos [no Palácio do Planalto], em que Portugal ficou em terceiro lugar".

Questionado se concorda com o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, que elogiou Bolsonaro pelo seu "grande discurso" de posse, o chefe de Estado português respondeu: "Não comento".

"Tenho um princípio de não comentar os discursos dos outros chefes de Estado, em todas as circunstâncias. Por maioria de razão, no discurso da posse", justificou.

O Presidente português referiu que "houve dois discursos, aliás" - um no Congresso Nacional e outro perante a população, no parlatório do Palácio do Planalto - que foram "muito semelhantes".

"Não vou comentá-los", reiterou.

No seu entender, "foi uma cerimónia muito cheia e, nesse sentido, bastante interessante", que constituiu "um momento importante na vida do Brasil e, nessa medida, importante para Portugal, como é evidente".

Marcelo convidou presidentes do Chile e do Paraguai a visitarem Portugal em novembro

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou ainda para realizar encontros bilaterais, em Brasília, com os presidentes do Chile, Sebastián Piñera, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, que convidou a visitarem Portugal em novembro.

Em declarações aos jornalistas, num hotel de Brasília, após a posse do Presidente do Brasil, Marcelo Rebelo de Sousa disse que esta cerimónia proporcionou "um encontro bilateral com o Presidente do Chile, que entre outros temas envolveu o convite para ir em princípios de novembro a Portugal, em visita oficial".

"Tive outro encontro com o Presidente do Paraguai, que também manifestou muito, na sequência do que tínhamos falado na cimeira ibero-americana, a disponibilidade para ir a Portugal, e também, por coincidência, em novembro", adiantou.

O Presidente português referiu que teve também "a oportunidade de falar algum tempo com o novo ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil [Ernesto Araújo] sobre as relações entre os dois países e sobre a visão muito calorosa e historicamente muito simpática que tem em relação a Portugal".

Interrogado se conversou também com os primeiros-ministros de Israel, Benjamin Netanyahu, e da Hungria, Viktor Orbán, que estiveram igualmente na posse de Bolsonaro, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Claro, também houve oportunidade de falar com esses primeiros-ministros e com ministros dos Negócios Estrangeiros de vários países".

"E todos, sem exceção, mostrando muito interesse na posição portuguesa e falando-se de temas muito variados que vão desde o 'Brexit' e a decisão a tomar pelo Reino Unido até, naturalmente, à situação no Mediterrâneo, a situação em termos globais nas áreas vizinhas da Europa e no mundo", acrescentou.

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