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"É a maior cheia do século" em Águeda

13 de fevereiro de 2016 às 19:06

A baixa da cidade continua inundada, mas a principal preocupação da Protecção Civil está nos acessos, já que foram já cortadas as estradas nacionais 230 e 333, que ligam a Aveiro e a Oiã

A baixa da cidade de Águeda continua inundada, mas a principal preocupação da protecção civil está nos acessos, já que foram já cortadas as estradas nacionais (EN) 230 e 333, que ligam a Aveiro e a Oiã.

"É a maior cheia deste século, não tanto na cidade, que em 2001 foi mais crítica, mas o que se está a passar nas vias aqui à volta não me lembro de ter acontecido. As vias de comunicação são neste momento a nossa principal preocupação, porque põem em causa a acessibilidade à cidade", disse à Lusa Jorge Almeida, vice-presidente da Câmara e responsável operacional da Protecção Civil.


Na zona de Assequins, a rapidez da subida das águas surpreendeu alguns automobilistas e um carro que estava estacionado ficou submerso, sendo mobilizados meios para o retirar.

"O que temos é um conjunto de estradas cortadas e o trânsito aqui à volta neste momento é muito difícil, porque temos a cidade praticamente cercada e a única entrada é pelo lado norte", explicou Jorge Almeida.

Com a EN 230, que liga Aveiro a Águeda, encerrada desde sexta-feira na Ponte da Rata, a Protecção Civil Municipal viu-se forçada a interditar a circulação também na EN 333, em Assequins, uma via que liga a Oiã e serve de alternativa à anterior na ligação a Aveiro e Oliveira do Bairro, pelo que apenas é possível circular pela EN 1 e Itinerário Complementar (IC) 2.

Na cidade, ainda que quase isolada, a situação é de alguma acalmia, com muitos "mirones" a fotografar as ruas da baixa inundadas, apesar dos apelos em sentido contrário feitos pela Protecção Civil.

Os moradores das ruas mais afectadas, impedidos de sair de casa, permanecem às janelas, tentando perceber se o nível da água tende a diminuir ou aumentar.

Jorge Brito, adjunto do Comando dos Bombeiros de Águeda, disse à agência Lusa que os principais pedidos de auxílio têm sido para levarem mantimentos e medicamentos de barco, já que vivem ali várias pessoas idosas, algumas delas acamadas.

Os estabelecimentos comerciais, apesar das precauções de alguns, que colocaram barreiras nas portas, com tábuas, silicone e espuma de poliuretano, continuam com água no seu interior.

"Não adianta bombear a água das lojas porque está com uma altura considerável e a água que for retirada volta a entrar", justificou o adjunto de Comando dos Bombeiros.


A situação mais crítica ocorreu durante a noite, em que a água atingiu meio metro numa casa de habitação, danificando o mobiliário e obrigando o casal que lá vivia a pernoitar em casa de familiares.

"É difícil dizer o que vai acontecer quando ocorrer a preia-mar. Tudo depende da chuva", observou Jorge Brito, dando conta de que os próprios bombeiros estão prevenidos de que podem ter de retirar as viaturas do quartel, como ocorreu em 2001, se a situação se repetir.

"Vamos esperar e ver. Se não chover para a serra os caudais aguentam-se", concluiu.

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