DGS recorda festa com 90 casos para pedir calma sobre abertura de discotecas
Graça Freitas pede "calma" e "ponderação" para deliberar a abertura de bares e discotecas e recorda que é preciso "critério nos ajuntamentos e convívios".
A diretora geral da Saúde,Graça Freitas, usou o exemplo dafesta em Lagos que já provocou pelo menos 90 casos de covid-19, para pedir "calma" e "ponderação" para deliberar a abertura de bares e discotecas e recordar que é preciso "critério nos ajuntamentos e convívios".
"Não podemos fazer festas como fazíamos antes", alertou a responsável pela DGS, reforçando que a economia só funciona com a situação epidemológica controlada e que as atitudes de cada pessoa têm consequências para os outros e para o País.
Ao contrário das autoridades, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) defende que os estabelecimentos de animação noturna, encerrados desde março devido à pandemia, têm "todas as condições" para reabrir em segurança, com medidas específicas, inclusive nas pistas de dança. "A área da pista de dança deverá ser marcada no chão por meio de quadrados, com 2,25 metros quadrados de área cada, que permitam garantir a distância física entre pessoas", propôs a AHRESP, no âmbito do guia de boas práticas para os estabelecimentos de animação noturna, entregue ao Governo, no sentido de "contribuir para a rápida reabertura" de bares e discotecas.
Além do distanciamento social, a AHRESP recomenda que todos os colaboradores e clientes usem máscara de proteção, "obrigação que é dispensada quando, em função da natureza das atividades, o seu uso seja impraticável".
Fruto de um "amplo consenso" dos muitos empresários que se reuniram com a AHRESP, o guia de boas práticas para os estabelecimentos de animação noturna inclui regras sobre a capacidade dos espaços, o controlo de entrada de clientes, o uso de equipamentos de proteção individual, a limpeza e desinfeção do espaço e o serviço de alimentação e bebidas. "O encerramento da 'noite' e dos seus estabelecimentos está a tornar-se insustentável para as empresas", alertou a associação, que representa empresas de animação noturna e não só, indicando que o setor está "em grave crise", devido à pandemia da covid-19.
Considerando que é "urgente e necessária" a reabertura destes estabelecimentos, a AHRESP avançou com o guia de boas práticas para a animação noturna, que "tem como base o guia de boas práticas para a restauração e bebidas", desenvolvido pela associação e que teve a validação da Direção-Geral da Saúde (DGS).
"Mas contempla também questões específicas para a atividade da animação noturna", ressalvou a associação. Cumprindo as regras recomendadas pelo guia de boas práticas, acrescentou, "este setor, que está a passar por uma situação de extrema gravidade, sendo um dos poucos que ainda se mantêm encerrados por diploma legal e aquele que primeiro encerrou, tem todas as condições para poder reabrir em segurança".
Relativamente à ocupação dos espaços de animação noturna, a AHRESP sugeriu que seja limitada a capacidade do estabelecimento, "por forma a assegurar o distanciamento físico recomendado (dois metros) entre as pessoas e garantir o cumprimento da legislação em vigor". "Sempre que possível e aplicável, promover e incentivar o agendamento prévio para reserva de lugares por parte dos clientes", lê-se no guia.
Portugal contabiliza pelo menos 1.527 mortos associados à covid-19 em 38.464 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da DGS.
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