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Cristas considera suspensão de convenções com ADSE algo "muito grave"

12 de fevereiro de 2019 às 14:03

A presidente do CDS-PP acusa o Governo de ter tratado "muito mal" esta questão e de estar "a destruir" este sistema após a suspensão da convenção com a ADSE por parte da José de Mello Saúde.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, classificou esta terça-feira como "muito grave" a suspensão da convenção com a ADSE por parte da José de Mello Saúde, acusando o Governo de ter tratado "muito mal" esta questão e de estar "a destruir" este sistema.

"É muito grave, o Governo tem tratado muito mal a questão da ADSE", disse a líder centrista aos jornalistas, quando questionada sobre o tema à margem de uma reunião no Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.

Na opinião da presidente do CDS-PP, "infelizmente, o que o Governo está a fazer é destruir a ADSE, que é um capital muito relevante para os funcionários públicos, para quem toda a vida aderiu a este sistema".

A José de Mello Saúde formalizou na segunda-feira a suspensão da convenção com a ADSE para prestação e cuidados de saúde aos seus beneficiários em toda a rede CUF, podendo evoluir para denúncia definitiva da convenção.

De acordo com uma nota interna da José Mello Saúde (JML), assinada pelo presidente Salvador Mello e a que o jornal Expresso teve acesso, a suspensão da convenção com a ADSE tem efeitos a partir do dia 12 de abril.

"Neste momento o que nós sabemos é que há um conjunto de situações graves que se vêm arrastando, de o Estado não pagar aos prestadores de serviços que têm acordo com a própria ADSE, e portanto, lamentamos mas entendemos que o Governo também nesta área tem estado particularmente mal e está a destruir a saúde dos portugueses", apontou.

Hoje, Cristas referiu que se assiste às "coberturas a serem cortadas no caso do regime livre", e aos "privados a abandonarem porque o Governo não cumpre com a sua parte".

A centrista manifestou, também, preocupação com esta questão, apontando que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "já não tem, neste momento, capacidade em muitos casos para prestar serviços de qualidade".

"Obviamente que, se as pessoas que hoje têm outros sistemas complementares e que ajudam a tirar pressão sobre o SNS, deixarem de ter esses sistemas, com certeza que o SNS vai ter mais incapacidade de dar uma resposta de qualidade a todos os cidadãos", vincou, acrescentando querer "saúde de qualidade para todos, independentemente da carteira, independentemente da morada, independentemente da idade e independentemente do prestador de serviços".

Assunção Cristas considerou que atualmente, "a ADSE é totalmente paga pelos seus beneficiários, o Estado não põe dinheiro na ADSE e, portanto, também não deve ter a liberdade de fazer aquilo que está a fazer".

"Seja no SNS, seja no funcionamento da ADSE, a verdade é que os cidadãos portugueses neste momento estão pior do que aquilo que estavam há uns anos atrás, e o que se vê e o que aparece no parlamento na área da saúde não nos leva a ficarmos otimistas, pelo contrário, por isso também o CDS tem trazido muitos aspetos para cima da mesa", referiu.

Cristas aproveitou ainda para defender que a ADSE deveria ser "aberta a todos os portugueses que a ela quisesse aderir, que para ela quisessem descontar, com certeza depois tendo também os correspondentes benefícios", e não apenas acessível aos funcionários públicos.

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