"A oomissão de comunicação ao Supremo Tribunal de Justiça, ao Tribunal Central de Investigação Criminal… É muito grave”, afirmou.
O candidato presidencial João Cotrim Figueiredo instou esta sexta-feira o procurador-geral da República a vir esclarecer publicamente as escutas feitas a António Costa sem comunicação prévia ao Supremo Tribunal, considerando que o comunicado divulgado esta manhã é insuficiente.
Cotrim Figueiredo fala sobre Governo do Chega e papel do PresidenteLusa
Em declarações aos jornalistas durante uma visita ao Centro de Apoio Social do Pisão, em Cascais, criticou o comunicado divulgado esta sexta-feira pela Procuradoria-Geral da República, que reconheceu que foram identificadas sete escutas em que o ex-primeiro-ministro António Costa era interveniente e que não foram comunicadas ao Supremo Tribunal de Justiça por “razões técnicas diversas”.
“Acho que a expressão ‘razões técnicas’ é insuficiente e, vindo isto numa sucessão de casos em que há coincidências nas datas de investigações com outros eventos importantes envolvendo os visados, acho que o procurador-geral da República deve rapidamente vir esclarecer exatamente o que é que se passou”, afirmou João Cotrim Figueiredo.
O candidato presidencial, apoiado pela IL, salientou que, apesar de a Procuradoria-Geral da República confirmar a existência de sete escutas, a notícia do Diário de Notícias que divulgou este caso referia-se a 22, acrescentando que não se sabe se se “tratam só de escutas ou de outro tipo de vigilância”.
“Tudo isto tem de ser esclarecido porque envolve um primeiro-ministro, a omissão de comunicação ao Supremo Tribunal de Justiça, ao Tribunal Central de Investigação Criminal… É muito grave”, afirmou.
Cotrim Figueiredo reforçou que, para que as pessoas não tenham “incentivos para lançar suspeições avulsas e difusas sobre o Ministério Público (MP) é importantíssimo que o MP seja transparente nesta e noutras matérias que envolvem o ‘timing’, a profundidade e até a demora das investigações”.
O candidato presidencial considerou que o facto de, recentemente, se terem realizado buscas no Novo Banco “no dia em que estava a ser assinado noutro local o contrato de venda à entidade francesa que comprou o banco”, assim como as buscas à TAP na semana em que acabou o prazo para a manifestação de interesses, “prestam-se a interpretações de que a gestão do ‘timing’ do MP não é totalmente inocente e independente”.
“Eu não quero fazer parte desse grupo. O que eu quero é que, através dessas explicações cabais do senhor procurador-geral da República, se possam afastar definitivamente essas suspeitas, porque uma justiça independente é uma coisa bem diferente de uma justiça que não é sujeita a críticas ou a escrutínio”, referiu.
Cotrim Figueiredo disse que tem, até ao momento, confiança em Amadeu Guerra, mas essa “confiança será reforçada se ele vier rapidamente explicar o que é que se passo neste caso das escutas ao ex-primeiro-ministro António Costa e em todos os outros casos onde as suspeitas se estão a avolumar”.
Sobre a sua visita ao Centro de Apoio Social do Pisão, que acolhe adultos com patologias psiquiátricas que precisam de cuidados básicos de subsistência, Cotrim Figueiredo disse querer transmitir a mensagem de que as pessoas que ali vivem também “fazem parte do tecido social português” e merecem atenção.
“Um futuro só se pode construir sob uma base de coesão social e territorial e, portanto, a resolução dos problemas diários dos portugueses, incluindo os portugueses que têm que recorrer a centros como este aqui onde estamos, tem que ser uma questão de preocupação”, afirmou.
Cotrim Figueiredo, que esteve acompanhado nesta visita pelo ex-ministro do CDS Pedro Mota Soares, apoiante de Marques Mendes, salientou que o centro é gerido por uma misericórdia e lamentou que estas sejam muitas vezes subutilizadas e haja “falta de coordenação de algumas atividades com a Segurança Social”.
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