Secções
Entrar

Colégio Santa Joana em Aveiro fecha por dificuldades financeiras

11 de setembro de 2019 às 18:42

A direção diz que lutou durante dois anos contra o fecho, concluindo que o mesmo se tornou inevitável. O colégio tinha 32 inscrições para o 1.º ciclo

A direção do Estabelecimento de Ensino Santa Joana anunciou hoje que não vai abrir portas no ano letivo de 2019/2020, devido a um pedido de insolvência e ao corte do apoio estatal.

O colégio, que contava atualmente com oito professores em funções e três funcionários, tinha 32 inscrições para o 1.º ciclo, após já terem encerrado as turmas do 2.º e 3.º ciclos em agosto, fecho esse que foi decidido "imediatamente após a informação de inviabilidade desses ciclos, concluída através de um estudo efetuado por um gabinete de consultadoria".

O encerramento foi decidido em assembleia geral extraordinária da cooperativa de ensino, goradas que foram as tentativas para ultrapassar a difícil situação financeira.

A direção justifica que encontrou a cooperativa de ensino "numa situação financeira frágil e em vias de fechar portas" e que lutou durante dois anos contra o fecho, concluindo que o mesmo se tornou inevitável.

"Em primeiro lugar, os processos existentes em tribunal interpostos por ex-funcionários ao tempo da anterior direção, referentes a cortes e diferenças salariais de há cerca de 20 anos, processos cujo valor atual supera já os 400 mil euros. Além disso, contribuiu também o corte de todos os contratos de associação, ficando a cooperativa sem qualquer apoio estatal", refere o comunicado, sobre as razões do encerramento.

No último ano letivo, a direção ainda tentou acionar um Plano Especial de Revitalização, com a elaboração de um estudo de viabilidade económica, o qual, apesar de aprovado pelos credores, não foi homologado pelo Tribunal.

Pelo meio ficou um pedido de empréstimo bancário, "que foi negado em virtude dos prejuízos acumulados" e a tentativa de vender uma parcela do edifício, avaliada em 1,4 milhões de euros, "o que permitiria sanar todo o passivo e prosseguir com a atividade de ensino", mas só a totalidade do edifício interessava a potenciais investidores.

Uma proposta de compra por parte de um dos possíveis investidores foi recusada "por ser muito abaixo do valor de mercado, o que impossibilitaria pagar as dívidas antigas".

"A direção acreditava que com uma proposta válida, coincidente ou aproximada com o valor de mercado, seria o suficiente para arrancar com o próximo ano letivo", diz o comunicado.

Um dia antes da assembleia de cooperantes, foi apresentado um pedido de insolvência da escola, solicitada pelos ex-funcionários com processos pendentes em tribunal, o que "veio prejudicar o processo de venda, uma vez que, através da insolvência, a venda do edifício será total, como desejado pelos investidores".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela