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CEME diz-se "humilhado" pela situação em Tancos

06 de julho de 2017 às 21:13

Rovisco Duarte responde perante a comissão parlamentar sobre o roubo de armas à base militar de Tancos

Frederico Rovisco Duarte, o chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), terá afirmado que se verificou um "problema do comando". Rovisco Duarte foi ouvido na comissão parlamentar de Defesa sobre o roubo na base de Tancos.

Em declarações aos deputados, o CEME terá dito que houve "desleixo" em Tancos que levou a que pudesse ter sido roubado material militar, falando mesmo em "erros estruturais inadmissíveis e sistémicos" do comando, informa o Observador.

O chefe do Exército terá confirmado na comissão parlamentar que está a decorrer à porta fechada que a informação do material divulgada pelo jornal El Español corresponde à verdade.

O Observador apurou ainda que o chefe do Estado-Maior do Exército se sente "humilhado" pela situação.

Na primeira ronda de questões, Rovisco Duarte terá apertado o cerco aos militares, retirando peso de cima do executivo, repetindo que "houve efectivamente um problema de comando".

O general terá apresentado ainda os deputados um painel com imagens de armamento, explicando que quantidades de cada um tinha sido roubada da base de Tancos.

Exército assume responsabilidade no furto de Tancos

Chefe do Estado Maior do Exército, Rovisco Duarte, apontou a falta de supervisão na segurança dos Paióis de Tancos e assumiu a responsabilidade do Exército no furto de armamento, durante a audição desta quinta-feira.

O general Rovisco Duarte foi ouvido na comissão parlamentar de Defesa durante três horas, à porta fechada, para prestar esclarecimento aos deputados sobre o furto de material de guerra na base de Tancos, Vila Nova da Barquinha, Santarém.

Fontes presentes na reunião contactadas pela Lusa adiantaram que o general confirmou a exoneração dos cinco comandantes responsáveis por indicar, rotativamente, efectivos para a segurança das instalações e assumiu que não foi uma decisão consensual.

Assumindo que a figura da exoneração temporária não está prevista juridicamente, o general assumiu a decisão como um acto de comando que melhor protege os comandantes e o que assegura mais transparência nas averiguações.

Segundo as mesmas fontes, o general apontou falta de supervisão, falhas na análise de relatórios, deficiências nas rondas no perímetro dos paióis e faltas no cumprimento de directrizes, falhas que atribuiu às estruturas responsáveis por garantir a segurança dos paióis.

Segundo vários deputados presentes na reunião, o general terá assumido a responsabilidade do Exército pelas falhas e nunca colocou a responsabilidade no plano político.

Outro deputado disse à Lusa que Rovisco Duarte defendeu que o número de efectivos previsto no plano montado para a segurança era considerado suficiente.

O Exército anunciou há uma semana que foi detectada a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois paiolins, com o furto granadas, explosivos, entre outro material de guerra.

O chefe do Estado-Maior do Exército já tinha reconhecido, em declarações à SIC, que quem roubou o material de guerra do quartel de Tancos tinha "conhecimento do conteúdo dos paióis" e admitiu a possibilidade de fuga de informação.

Além da investigação conduzida pela Polícia Judiciária Militar e pela Polícia Judiciária, está decorrer um inquérito no Exército para apuramento de eventuais responsabilidades.

O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, vai ser ouvido sexta-feira sobre o mesmo tema, numa audição que será aberta aos jornalistas.

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