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Catarina Martins diz que "há responsabilidades que é preciso assumir"

20 de agosto de 2017 às 22:35

Coordenadora do Bloco de Esquerda lamentou a morte do piloto do helicóptero que se despenhou este domingo

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) lamentou a morte do piloto do helicóptero que se despenhou este domingo no incêndio de Castro Daire e defendeu que "há responsabilidades que é preciso assumir" pelo que está a acontecer este verão.

"Estamos todos a acompanhar com uma enorme preocupação, uma enorme apreensão, eu diria até com um enorme aperto no peito, o que se está a passar no país", afirmou Catarina Martins aos jornalistas em Viseu, durante uma visita à Feira de São Mateus.

Catarina Martins frisou que "hoje é um dia particularmente trágico", porque houve um piloto que morreu a combater um incêndio.

Apesar do "trabalho extraordinário" que considera que os bombeiros, a protecção civil e todas as forças envolvidas têm desenvolvido nos últimos tempos, a coordenadora do BE frisou que é preciso apurar responsabilidades.

"Naturalmente a prioridade neste momento é combater os incêndios, é apoiar os bombeiros, as forças da protecção civil e as populações que estão no terreno a combater os fogos" e as que foram vítimas das chamas, afirmou.

No entanto, é preciso também "apurar tudo o que está a acontecer e compreender que, para lá das causas naturais, há outras causas e todas devem ser apuradas", acrescentou.

Na opinião de Catarina Martins, é também preciso "começar a agir já sobre as áreas que arderam", porque o país terá "um problema imenso" devido à "quantidade de zona ardida".

"Haverá erosão dos terrenos e, portanto, neste momento é preciso, para lá do combate aos incêndios, estar já a agir sobre os terrenos que já arderam para evitar maiores desgraças a seguir", frisou.

A líder bloquista defendeu que "um verão muito complicado" como o deste ano "exige muita responsabilidade, muito empenhamento de toda a gente, uma cultura de segurança que não existe em Portugal e uma cultura de responsabilização, de retirar de consequências, que tem faltado".

"É preciso combater a criminalidade ligada aos incêndios, é preciso também uma cultura de segurança e de prevenção que não existe. E há também muitas vezes comportamentos negligentes da população", lamentou.

Na sua opinião, há também "uma responsabilidade política enorme sobre o abandono do território, o abandono da floresta".

"Se nós não tivermos outras políticas para o ordenamento florestal, para que a floresta não esteja abandonada, que seja economicamente produtiva, mas que seja também um serviço ecológico, se não avançarmos com propostas tão essenciais como a gestão colectiva da floresta, vamos continuar a arder", alertou.

Isto porque, acrescentou, "um país abandonado, com eucalipto e mancha contínua como tem neste momento e com as alterações climáticas que vão ter fenómenos extremos cada vez com mais frequência", se não houver ordenamento da floresta e prevenção, Portugal nunca conseguirá "acabar com esta saga dos incêndios".

"Temos que saber agir em todos estes planos. É difícil, mas a responsabilidade política é responder por todas estas questões", referiu.

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