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Bombeiros sem mãos a medir com tanta solidariedade

20 de junho de 2017 às 15:26

No quartel de Castanheira de Pera, estão milhares de garrafas de água e sacos com comida vária que agora os serviços camarários estão a distribuir às populações das aldeias e aos bombeiros que combatem as chamas

Dezenas de paletes com bens alimentares e de primeira necessidade enchem desde domingo a garagem do quartel dos bombeiros de Castanheira de Pera, com ofertas de várias entidades que sensibilizam a corporação e ajudam no apoio às populações. "Esta onda de solidariedade está a ser benéfica para a população que ficou sem os seus bens, sem os seus haveres. Está aqui um volume enorme de ofertas de várias entidades", disse o comandante dos bombeiros de Castanheira de Pera, José Dias.

No quartel, estão milhares de garrafas de água e sacos com comida vária que agora os serviços camarários estão a distribuir às populações das aldeias e aos bombeiros que combatem as chamas.

É "um rebuçadito para não perderem a esperança de renascer das cinzas", resumiu o comandante dos bombeiros.

Empilhados estão sacos com fruta e outros bens perecíveis, o resultado de uma onda de generosidade que parece ser superior à capacidade de distribuição. "Se quiser alguma coisa pode levar", disse o comandante da pequena corporação, cargo que ocupa há dez anos.

Nos últimos dias enfrentou o maior desafio da sua vida, com a destruição de milhares de hectares e a morte de muitas pessoas.

Na segunda-feira, soube que morreu um dos cinco bombeiros da corporação que seguiam numa carrinha que sofreu um acidente no sábado à noite na principal estrada de acesso da vila ao Itinerário Complementar 8 (IC8), onde morreram mais de quatro dezenas de pessoas.

"Quando se trata de uma dor com este volume, toda a corporação e toda a população está transtornada com a perda de um elemento que era tão válido e tão importante", explicou José Dias.

Para lidar com uma área de quase 67 quilómetros quadrados, a corporação tem somente "60 elementos no activo, aliás agora 59".

Um número que é muito baixo e inferior às necessidades, mas que resulta da falta de gente no concelho.

Actualmente, a corporação conta com dez estagiários - em conjunto com as corporações de Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande -, mas José Dias admite que seriam necessários mais para dar uma resposta adequada. "Temos de fazer com o que temos", salientou.

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