Advogados dos homens condenados pela morte de empresário de Braga vão recorrer
Pedro Bourbon, os irmãos, Adolfo e Manuel, e Emanuel Paulino, conhecido como o Bruxo da Areosa, foram condenados a 25 anos de cadeia
Os advogados dos seis envolvidos em 2016 no sequestro e homicídio de um empresário de Braga, cujo corpo acabou dissolvido em ácido sulfúrico, hoje condenados a 25 anos de prisão, pena máxima, vão recorrer da decisão judicial.
À saída do Tribunal São João Novo, no Porto, e em declarações aos jornalistas, o advogado de Pedro Bourbon, tido como o autor moral do crime, considerou que o acórdão "consubstancia um atentado aos princípios mais básicos de direito penal, é um acórdão que não está fundamentado na sua decisão, não está explicada a convicção, nem a motivação do tribunal".
"E, acima de tudo, é um acórdão que é feito à revelia da prova produzida, neste caso não produzida em julgamento", afirmou Filipe Guimarães.
Confirmando que vai recorrer, o causídico salientou ter a "plena convicção" de que o Tribunal da Relação reporá a justiça.
Parca em palavras, a advogada de Adolfo Bourbon, Mara Ferreira, foi perentória em dizer que vai recorrer porque não esperava uma pena "tão pesada".
"É uma honra para mim e um privilégio defender um cidadão injustamente acusado, iremos provar isso mesmo agora em sede de recurso e, daqui a uns meses, estaremos cá novamente para repetir o julgamento, não tenho grande dúvida sobre isso", sustentou o causídico Pedro Miguel Branco, representante de Hélder Moreira.
O advogado insistiu no facto de Hélder Moreira não ter nada a ver com o crime, não lhe tendo sido apontado um único facto concreto relativamente ao corpo, justificando assim o recurso.
Na mesma linha de entendimento, o advogado Rui Silva Leal, defensor de Emanuel Paulino, afiançou discordar de "muita da fundamentação" do acórdão. "Neste momento fez-se a justiça da primeira instância, agora a justiça do processo só termina quando for transitado em julgado a decisão final e, portanto, até ao fim não vamos desistir porque entendemos que não há provas legais que permitam esta condenação", asseverou.
Já a advogada de Luís Filipe Monteiro, arguido que esteve em prisão preventiva e que, hoje, foi apenas condenado a 720 euros de multa por posse ilegal de arma, não tendo ficado provado o seu envolvimento no crime, assumiu estar "francamente" satisfeita pelo desfecho. "É um arguido que não tinha nada a ver com o que se discutia nos presentes autos, era apenas familiar de outro arguido", ressaltou.
O advogado da filha da vítima, André Lajes, classificou a pena como "exemplar", sublinhando que os arguidos "fizeram tudo" para obstruir as provas. "Já estávamos à espera que os arguidos fossem condenados nesta pena máxima, eu penso que se fez justiça", entendeu a defesa dos pais, José Dantas.
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