Advogado de Escária diz "ser fácil explicar" 78 mil euros encontrados no gabinete
O representante do ex-chefe de gabinete de António Costa espera que o juiz decida por não aplicar a medida de coação de prisão preventiva.
O advogado de Vitor Escária, ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro, disse este sábado, à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal que as suspeitas que pendem sobre o seu cliente "são fáceis de explicar", incluindo o dinheiro escondido no seu gabinete.
Tiago Rodrigues Bastos afirmou aos jornalistas que entende que o primeiro-ministro demissionário se "sinta desconfortável com esta situação", mas que isso não impede que as suspeitas que recaem sobre o seu ex-chefe de gabinete serem infundadas, alegadamente.
Questionado o porquê de terem sido encontrados 78 mil euros em notas no gabinete de Escária, o advogado afirma que se o mesmo tivesse sido depositado no banco teria havido um "sarilho terrível",a apesar de assegurar que o dinheiro encontrado não é ilegal. Costa demitiu o seu chefe de gabinete depois de saber que o Ministério Público tinha encontrado as notas escondidas no seu escritório.
Questionado pelos jornalistas sobre as atividades que estiveram na origem do recebimento desta quantia, Tiago Rodrigues Bastos afirmou que estão relacionadas com aulas que Vitor Escária lecionou em Angola e com trabalhos de consultoria, que decorreram há mais de três anos.
Vitor Escária e os outros quatro arguidos vão conhecer as medidas de coação na segunda-feira, e o advogado do ex-chefe do gabinete de António Costa deixa um apelo: "Ficaria muito insatisfeito se fosse decretada prisão preventiva. Não há necessidade".
Já o advogado de Afonso Salema, diretor executivo da Start Campus, não quis revelar qual a linha de interrogação do juiz de instrução. Pedro Duro colocou a hipótese de os arguidos enfrentarem a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva: "É uma hipótese que está sempre em cima da mesa, mas esperamos que não".
O último suspeito a ser ouvido este sábado é Diogo Lacerda Machado, amigo e consultor de António Costa.
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