Campolide pintou passadeiras com bandeira LGBTI contra a homofobia
Presidente da Junta diz que iniciativa cumpre a legislação rodoviária, uma vez que mantém as faixas brancas.
A freguesia deCampolide, em Lisboa, possui desde a madrugada de hoje duas passadeiras de peões pintadas com as cores da causaLGBTI(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgéneros e Intersexo), e vai ter mais três, informou a autarquia.
Segundo explicou à agênciaLusao presidente da Junta de Freguesia de Campolide,André Couto(PS), as cores do arco-íris foram pintadas nas passadeiras de peões da Rua de Campolide, "junto a uma das principais praças da freguesia", e na Travessa Estêvão Pinto, junto de uma "escola pública".
O autarca adiantou que está prevista a pintura em mais três passadeiras, na zona antiga da freguesia, na Quinta Bela Flor e Bairro da Serafina.
A iniciativa, inserida no programa "Campolide é igualdade", assume-se como um contributo da junta "na luta contra a desigualdade e pela não discriminação promovida pelo movimento LGBTI e por todos os que defendem a igualdade em função de género, raça, religião e idade", salientou André Couto.
Para o autarca, a pintura das passadeiras com o padrão arco-íris é "um desafio que Campolide deixa a toda a cidade e a todo o país", para que se possa refletir sobre esta temática, e cumpre a legislação rodoviária, uma vez que mantém as faixas brancas.
"Pintámos as cores do arco-íris apenas no intervalo das faixas brancas. No nosso entendimento, os regulamentos municipais estão cumpridos", considerou André Couto, acrescentando que, através da sinalização vertical, "a visibilidade das passadeiras até está reforçada".
O autarca socialista, depois dos eleitos do CDS-PP na freguesia lisboeta de Arroios terem recuado numa proposta idêntica, que não se concretizou por questões legais, sublinhou que a iniciativa foi aprovada no âmbito das competências do executivo da freguesia da manutenção e conservação da sinalização rodoviária no espaço urbano.
A Assembleia da Freguesia de Arroios aprovou, por unanimidade, a pintura de duas passadeiras com as cores da bandeira LGBTI, para assinalar, em 17 de maio, o Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifopia, mas iniciativa dividiu os autarcas do CDS-PP e acabou por cair por ser vista como "ilegal".
"Os combates pela igualdade e não discriminação têm de ser centrais na sociedade e não podem ser prejudicados, porque quem sofre não o compreenderia", vincou André Couto, na rede social Instagram.
Na rede social Facebook, o vereador social-democrata João Pedro Costa publicou uma foto com o momento da pintura de uma das passadeiras com as cores do arco-íris, questionando se "pelo Largo do Rato não têm mais nada que fazer?"
"A comunidade LGBT merece mais que este folclore e o símbolo da esperança não é para ser pisado", comentou o eleito do PSD na Câmara de Lisboa.
O presidente da junta de freguesia escusou-se a comentar estas opiniões e esclareceu que a iniciativa da autarquia de Campolide foi objeto de prévia "informação à câmara" da capital.
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