Sábado – Pense por si

Rui Hortelão
Rui Hortelão Director da SÁBADO
23 de abril de 2014 às 11:03

Os 40 anos do 25 de Abril

Falta agora vontade política para pôr em marcha qualquer movimento de mudança que devolva a Portugal e aos portugueses a esperança dos anos pós-revolucionários

A revolução de 1974 está longe de ter sido feita só por militares, como, por conveniência conjuntural, agora deu jeito a Mário Soares sublinhar. O 25 de Abril foi feito pelos muitos portugueses, civis, que nunca se conformaram com o regime de António de Oliveira Salazar e que sempre o combateram como podiam, fugindo a salto para o estrangeiro, cumprindo orientações de pessoas como Mário Soares ou Álvaro Cunhal, financiando as poucas acções de verdadeira oposição ao Estado Novo, como o atentado contra o presidente do conselho, o assalto ao Banco da Figueira da Foz ou os desvios do paquete Santa Maria e do avião da TAP. Os militares foram decisivos, sem dúvida, na deposição do regime e na manutenção da paz no que se seguiu. Como aliás o eram, há anos, na defesa de Portugal nos territórios de África.

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Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.