Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
28 de fevereiro de 2015 às 16:08

Óscares à portuguesa

Uma vez por ano, religiosamente, ressurge o desdém provinciano de um certo coro de criadores e comentadores do cinema português (CP) sobre essa obra feérica do demo, os Óscares

Uma vez por ano, religiosamente, ressurge o desdém provinciano de um certo coro de criadores e comentadores do cinema português (CP) sobre essa obra feérica do demo, os Óscares. Do alto do seu púlpito, o pároco arquetípico do CP despreza a miséria moral da "indústria", o pecado do "espectáculo" e a indecência das "vedetas" enquanto mete ao bolso um elogio da "New Yorker", dois orgasmos do "Libération" e três subsídios a fundo perdido - a maioria dos demiurgos do CP (não a totalidade, benzamo-nos) é monasticamente indiferente às pessoas (os espectadores) e aos números (os resultados de bilheteira dos filmes), com a excepção de quatro pessoas (os membros dos júris anuais do Instituto do Cinema e Audiovisual) e de um número (os 600 mil euros de caridosa tença, proveniente das receitas publicitárias desses outros modernos engenhos de Belzebu, os canais de TV).

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