Sábado – Pense por si

Pedro Marta Santos
Pedro Marta Santos
21 de julho de 2015 às 08:00

Bem-vindos à utopia

Propulsionado pelos 485 mil membros da população activa que decidiram pirar-se daqui nos últimos quatro anos, o País terá nessa década, de acordo com um estudo do King’s College londrino, a segunda população mais envelhecida do mundo

Se a realidade não precisar entretanto de um resgate e de um plano de privatizações (porque não resgatar casamentos e baptizados ou privatizar os sonhos?), comemoram-se em 2016 os 500 anos da publicação da Utopia de Thomas More. Humanista forçado a aturar os impulsos veniais de Henrique VIII, More escreveu sobre uma sociedade equilibrada onde os bens sociais seriam repartidos por todos de uma forma tendencialmente igualitária. O britânico desconhecia que, 4,5 séculos mais tarde, uma união de estados conhecida por Comunidade Económica Europeia tentou transformar esse lugar inexistente num espaço real, erguido sobre os escombros da Segunda Grande Guerra. A aspiração utópica teve origem, no Ocidente, nuns tipos barbudos com tendência para a ociosidade – chamavam-se gregos –, que decidiram criar minudências como a Democracia e a República enquanto um punhado de tribos selvagens se ocupavam solenemente a enfiar machados nas cabeças dos respectivos líderes, grunhindo pelas florestas da Germânia.

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