Entra Agosto e o cronista fica mais só. Dá um passeio de mãos nos bolsos pelas esplanadas noticiosas, percebe que há uma indignação virtual à conta de um seio televisionado em contexto futebolístico. Volta ao ponto de partida e faz uma pergunta, daquelas simples: onde está o leitor? Em que paragens se encontra, em que praias se estende, em que ondas desaparece? Ninguém sabe. O próprio leitor não sabe. Faz muito bem. Estar em férias é não saber onde se está. Quem sabe onde está de férias é porque não foi de férias. O cronista, por exemplo. Sabe bem, demasiado bem, onde está: diante do portátil, a contar os dias até ao instante em que também se vai perder no mapa.

Crónica em Agosto

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