Sábado – Pense por si

João Pedro George
João Pedro George
13 de fevereiro de 2019 às 09:30

O mundo dos brancos

O racismo em Portugal não diminuiu o suficiente para que não seja necessário denunciá-lo e combatê-lo. Numa palavra, Portugal continua a ser construído e organizado fundamentalmente para os brancos

Não podemos falar da sociedade portuguesa como se não tivesse havido progressos em termos das relações raciais. Tão-pouco se pode afirmar, estridentemente, que o racismo dos brancos é endémico em Portugal. Mas reconhecer que tem havido uma suavização, em alguns sectores sociais, nas formas de relacionamento racial, que muitos brancos adquiriram, entretanto, uma maior elasticidade nas suas relações com os negros, ou dizer que se tem verificado, entre certos segmentos da população negra, uma efectiva mobilidade social ascendente, e que começa a surgir, timidamente, uma pequeníssima classe média de negros, não pode servir para minimizar a existência de racismo em Portugal. 

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Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.