Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
23 de dezembro de 2022 às 08:00

Manuel Pinho, um exercício de memória

Não será inédito, em quase 50 anos de democracia e em muitos de ditadura, um ministro ser assalariado de um grupo económico. Mas Pinho foi descoberto, com prova fumegante, num governo em que o próprio primeiro-ministro mercadejou com o cargo a favor do mesmo Salgado.

A acusação a Manuel Pinho requer um indispensável exercício de memória. A primeira vez que ouvi falar de Pinho foi pelos idos de 2002, quando Ferro Rodrigues assumiu a liderança do PS, na sequência da demissão de António Guterres. Pinho não era conhecido no País, apenas nos circuitos financeiros, e andava há pouco tempo na esfera do PS, para onde tinha sido levado pelo seu velho amigo Ferro. Era vendido aos jornalistas que acompanhavam a política como o homem que faria o programa económico dos socialistas nas eleições de 2003, aquelas que Ferro perderia por pouco para Durão Barroso.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
Bons costumes

Um Nobel de espinhos

Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.