Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
04 de novembro de 2023 às 10:00

A banalidade da fraude

Ao assumir o ilícito fiscal, esperando que o tribunal se satisfaça com isso, Manuel Pinho, o ex-ministro avençado do BES, está a partir do princípio de que vivemos numa república das bananas tributária. Para ele e mais alguns privilegiados, não para o resto do mundo.

O julgamentodo ex-ministro avençado do BES, Manuel Pinho, tem vindo a confirmar dois níveis básicos do pântano moral português. O primeiro está na confirmação da fraude fiscal como uma prática rotineira, banal e, portanto, aceitável, sem censura social, perfeitamente legal. A tese de Pinho, em síntese, é a de que os pagamentos feitos através do famoso "saco azul" do BES, quando exercia as funções de ministro, eram prémios mensais, pagos no estrangeiro e, obrigatoriamente, segundo afirmou em tribunal, não declarados ao fisco, de acordo com uma prática imposta no banco de Ricardo Salgado.

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