Sábado – Pense por si

Alberto Gonçalves
Alberto Gonçalves
24 de novembro de 2015 às 08:00

O verdadeiro perigo

O preconceito, importa perceber, é o perigo desta história. Não são as mesquitas que pela Europa fora leccionam o horror

Ibrahim Abdeslam, 31 anos, morreu na sexta-feira, quando o seu colete armadilhado explodiu à porta de um café parisiense. Foi a única vítima mortal da proeza, que também causou ferimentos graves num transeunte. A família mostra-se surpreendida. Embora reconheça que o rebento (sem trocadilho) passara uma estadia prolongada na Síria, decerto em intercâmbio académico, a mãe do rapaz tem a certeza de que ele nunca quis matar ninguém. Um parente não especificado garante que Ibrahim jamais ambicionou ser um bombista suicida: "Talvez os explosivos se detonassem prematuramente por acidente. Talvez fosse dostress." E prossegue: "Sabíamos que se radicalizara, pelo menos em parte. Mas não a ponto de cometer uma atrocidade assim." Aparentemente, a família não se espanta tanto com o envolvimento nos atentados dos dois irmãos de Ibrahim, Moahmmed e Salah, os quais, ao que tudo indica, estariam "radicalizados" por inteiro – logo sujeitos ao dobro do stress.

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