Não deixe crescer muito. Mantenha sempre por perto a tradição que recomenda a colheita por alturas da primavera. Confirme a vigência de todas as faculdades básicas, conforme instruções do anexo a. Aconselha-se uma prova de esforço rápida para auscultar a epiderme. Em caso de reacção cutânea à ordem - na gíria, pêlo eriçado - poderá estar perante um produto com reminiscências selvagens, muitas vezes oriundo de áreas de cultivo recônditas e menos expostas às técnicas de formatação mais recentes. É fundamental não desesperar. Tem nas mãos um espécime com ilimitado potencial de desenvolvimento. Com trabalho obstinado e metódico, o desafio de moldar o espécime revelar-se-á estimulante. Nunca desista. A persistência recompensá-lo-á, principalmente se o processo for acidentado q.b. Conduzido com sapiência e discrição, conforme as nossas coordenadas, o espécime expande-se com a ilusão de absoluta arbitrariedade, fundamental para a criação de automatismos. Nos primeiros anos de cultivo, é frequente a ocorrência prematura de hematomas com possível perda de fluidos, indício de salutar envolvimento com o meio. Mantenha-se vigilante e certifique-se de que o produto está sujeito às influências certas e nunca em posição infestante. A intervenção directa, nessa fase, só se justifica se - e só se – detectar excesso de resistência às manhãs ou manifestações intempestivas de acidez. Aplica-se, em qualquer destes casos, o método artificial de maturação em condomínio fechado, jamais superior a 3 meses. Ao longo deste período, recomenda-se a exposição à luz natural durante o crepúsculo. Após este hiato de isolamento, deverá monitorizar a readaptação ao meio natural. À partida, extinguiu-se o conflito, pelo que o espécime está preparado para iniciar as fases mais agressivas do processo.

Receita

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