Sábado – Pense por si

Raquel Freire
Raquel Freire
03 de março de 2015 às 09:14

Maria, podia ser eu

Fingimos que não ouvimos os gritos da vizinha, os socos, o bater do cinto. Viramos a cara à miúda que apanha do pai no autocarro. Pomos os auriculares do telemóvel e a música bem alto para abafar o choro dela

Podia ser eu, Maria. É teu olhar Maria Zamora que vejo em todo o lado. Tenho de te apresentar. As pessoas não tiveram a alegria de conhecer a mulher maravilhosa, a actriz talentosa, a amiga extraordinária, a transmontana valente, a cidadã empenhada, a doutora-palhaça arco-íris, a música dos sete instrumentos, a melhor cantora do Maná-maná da rádio e da cassete pirata, a florista traquina, a artista duma imaginação e duma generosidade infinitas, a corajosa lutadora contra todas as adversidades que a vida lhe pôs desde criança, e foram muitas. Merece todo o nosso respeito, admiração e questionamento sobre como é que nós, a nossa sociedade, tratam as mulheres quando elas são vítimas de violência.

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