Sábado – Pense por si

Pedro Duro
Pedro Duro
30 de setembro de 2024 às 07:00

Não te preocupes

Adormeci e tomei-me de pesadelos. A desempoeirada, o seu telemóvel, a intimidade que já só surgia a pedido, como se eu fosse um macho de outros tempos a quem devia uns favores para acalmar. Quando o corpo desanima a cabeça acompanha.

Trabalho. Muito trabalho. Não tinha tempo. Não vinha nada a calhar. As reuniões eram um incómodo. Para mim e para os outros. Puxava de lenços, sentia-me a pingar. E os sons. Receava que tivessem nojo dos sons. Ou do que viam. Ou do que eu imaginava que viam. Por causa daquela impressão, como se o meu rosto se desfizesse numa aquosa doença. E os calores. E o frio. De novo os calores. E a cabeça. Não me apetecia pensar. Era exagero. Os homens são exagerados. Fui à casa de banho. Cheirava a enfermo. Não podia ficar ali. Em casa também se trabalha. Nos tempos que correm, ninguém louva o sacrifício de quem fica a espalhar doenças.

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