O Algarve não é o estrangeiro. Tem uma dinâmica própria. Transporta um bocadinho do país. É um desligado com ligações. E eu até gostava disso.
Se a mala de um fim de semana a dois refletia a simplicidade de um "nós sem o mundo", a mala de férias com amigos exibia todas as alternativas de um "vou ficar fabulosa, aconteça o que acontecer". Claro que isto é uma caricatura. Ou, pelo menos, fica bem dizer que é. Há um padrão nesse "levo só uns trapinhos", como quem não aposta grande coisa, mas também não prescinde de estar prevenida. Aliás, nenhum de nós pode prescindir de estar prevenido. Porque férias são férias, mas Portugal é uma ervilha e, em certas épocas do ano, o Algarve é concentrado de ervilha. Há sempre alguém que aparece pronto para a ocasião: de chinela no pé quando esta se impõe; de vestido quando a música e as luzes fazem da noite festa; talvez uns tacões para ganhar altura e roubar espaço no transporte. Os sapatos, essa maldição das malas de viagem, que acaba a ter direito a uma sacola só para si, assumindo que é um assunto à parte, com uma dignidade própria, isenta de escrutínio ou de regras de acomodação. Os sapatos são outra coisa. E há que respeitar. Saber que é assim. Não se questiona. Nunca me atrevi. Quem tem filhos quando a vida ainda começa não se atreve a nada. Sabe que o espaço é relativo. Que há uma oitava dimensão onde tudo tem de caber. É nossa missão arranjar maneira, sem complicar, porque é óbvio que as coisas fazem falta, ou podem fazer, ou nunca se sabe. Não interessa a razão.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Através da observação da sua linguagem corporal poderá identificar o tipo de liderança parental, recorrendo ao modelo educativo criado porMaccobye Martin.
Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.