Sábado – Pense por si

João Paulo Batalha
João Paulo Batalha
21 de fevereiro de 2024 às 08:34

Prendam António Damásio

A obsessão política pela criminalização de condutas dos políticos é um traço de populismo com resultados entre o patético e o perigoso.

Passou mais ou menos despercebida arenúncia do conselheiro de Estado António Damásio, alegando "razões pessoais". As "razões pessoais" serão a sua recusa em apresentar a declaração de património e rendimentos que a lei obriga todos os políticos a registar no Tribunal Constitucional. António Damásio, claro, não é um "político". É um neurocientista de reputação internacional, radicado nos Estados Unidos, que participa de vez em quando por videoconferência nas reuniões do Conselho de Estado português, para aconselhar o Presidente da República sobre o que fazer com este triste país. Mas a lei especificamente equipara os conselheiros de Estado a titulares de cargos políticos, o que faz com que Damásio esteja obrigado a apresentar a dita declaração de património e rendimentos.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.

Visto de Bruxelas

Cinco para a meia-noite

Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.