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João Paulo Batalha
João Paulo Batalha
21 de fevereiro de 2024 às 08:34

Prendam António Damásio

A obsessão política pela criminalização de condutas dos políticos é um traço de populismo com resultados entre o patético e o perigoso.

Passou mais ou menos despercebida arenúncia do conselheiro de Estado António Damásio, alegando "razões pessoais". As "razões pessoais" serão a sua recusa em apresentar a declaração de património e rendimentos que a lei obriga todos os políticos a registar no Tribunal Constitucional. António Damásio, claro, não é um "político". É um neurocientista de reputação internacional, radicado nos Estados Unidos, que participa de vez em quando por videoconferência nas reuniões do Conselho de Estado português, para aconselhar o Presidente da República sobre o que fazer com este triste país. Mas a lei especificamente equipara os conselheiros de Estado a titulares de cargos políticos, o que faz com que Damásio esteja obrigado a apresentar a dita declaração de património e rendimentos.

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