O seu nome é M-A-M-D-A-N-I
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Provavelmente não é a primeira vez que vê o seu nome, mas Zohran Mamdani passou a ser o novo ídolo da esquerda mundial, ao vencer as primárias democratas para o município de Nova Iorque. E passou para o estrelato não por vencer, mas sim pela forma como o fez. Contrastando com tudo o que a esquerda, e sobretudo o centro-esquerda, foi fazendo na última década, Mamdani não infantiliza os votantes, sem necessariamente usar uma postura séria para fazer política. Ideias claras, que toda a gente entende, que toca no dia-a-dia das cidades e das pessoas. Comunicação descontraída, de proximidade (verdadeira proximidade). Uma pessoa que vem da população para a política e não o contrário. Uma pessoa que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
A corrida das primárias não foi de todo fácil, pois Zohran lutava também contra o próprio establishment do partido democrata. Como adversário tinha tudo aquilo que o comum americano dizia criticar, parte do sistema, assim como o seu pai, político de profissão. No entanto, Andrew Cuomo tinha sido acusado por pelo menos 11 mulheres de assédio sexual, surpreendendo-nos a forma como ainda assim conservava o apoio financeiro e político de uma parte considerável do partido democrata. Mas enquanto Cuomo tinha os doadores milionários, Mamdani conseguiu angariar o limite legal de financiamento popular, com mais de 10 mil doações pequenas. Para além disso contou com 10 mil voluntários no seu movimento a fazer chamadas e campanhas porta a porta.
A inspiração para todas estas pessoas se unirem em torno de Mamdani é bem mais do que as suas ideias, que não são originais. Parte sim da sua capacidade de comunicação extraordinária, com uma mensagem de fácil compreensão para os votantes locais. Faz com um tom alegre, de esperança, com uma energia positiva. Trabalhou sobretudo para ouvir e não para dar sermões. Vários são os exemplos onde se vê Mamdani em vários bairros com um microfone a fazer perguntas e a ouvir as pessoas. E os resultados foram esmagadoramente claros, conseguindo ganhar votantes Trump de volta. E fê-lo porque dava precisamente soluções para os seus problemas diários, fê-lo porque deu finalmente algo no qual podiam votar. E parte da sua estratégia vencedora foi não cair nos métodos
tradicionais de comportamento eleitoral da população e ir através das pessoas que nunca participaram em primárias, que mais uma vez demonstrou grande sucesso. Foi o democrata com mais votos conquistados desde 1989 numas primárias para Nova Iorque.
Se o apoio de Alexandra Ocasio-Cortez e Bernie Sanders levam a pensar que Mamdani vem da ala mais à esquerda do partido democrata, a sua identidade política desmistifica qualquer dúvida: Mamdani diz ser socialista, com ideias claras para a cidade, sem medo de o assumir. Habitação como direito humano, saúde pública universal, justiça racial e desmilitarização da polícia, transportes públicos gratuitos financiado por impostos progressivos a bilionários, colocar tectos às rendas, anticapitalista, defende a Palestina. Já vimos estes discursos mais vezes, mas nunca com tanto sucesso como agora. E aqui aponto duas ideias chave essenciais para o sucesso de Mamdani ser reproduzido noutros países. A primeira é a pessoa candidata pertencer à comunidade que se está a candidatar e ter já anteriormente bastante ação e reconhecimento local, seja em associações, seja outro tipo de colectividades. A segunda é ser reconhecido como uma pessoa íntegra, com ideias ou algum carisma, que não se aproveite do dito "sistema", como um político de carreira. Mamdani praticou a escuta activa à população, procurou efectivamente ouvir os seus problemas e as suas soluções. Envolveu-se com a população e não apenas pediu para confiarem nele. Ele próprio deu a prova de confiar nos nova-iorquinos. Se olharmos para o panorama político português, ainda estamos a anos-luz desta verdadeira proximidade com a população, de perdemos tempo para ouvir em vez de falar e atacar. Mas, uma coisa vos prometo, no dia em que conseguirmos ouvir, estaremos mais preparados para contra atacar toda a deriva antidemocrática presente na Europa e no Mundo. Esse é o meu desejo para a esquerda: ouçam.
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O seu nome é M-A-M-D-A-N-I
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
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