Sábado – Pense por si

Lídia Jorge
Lídia Jorge
17 de abril de 2024 às 23:00

A mitologia dos cravos

O 25 de Abril foi uma revolução generosa, aquela que permitiu ao mesmo tempo a libertação de vários povos, não só do povo português mas também, e sobretudo, dos outros, aqueles que passaram a ser autónomos e a fazerem-se reconhecer como donos dos seus próprios países.

Há certas datas que funcionam como as pessoas de família – De tão importantes e imprescindíveis, deixamos de as ver e os seus nomes funcionam apenas como metáforas adormecidas. Mas há momentos cruciais em que o seu significado regressa com toda a intensidade e percebemos então que fazem parte do tecido mais íntimo da nossa vida. É o que está a acontecer com este 25 de Abril. A celebração dos 50 anos da Revolução dos cravos que ocorre no presente contexto, faz-nos reviver essa data como um acontecimento de primeira grandeza. Na minha vida, nunca assisti a uma comemoração que implicasse tanta gente, em tantos lugares e de tantas formas. Os jornais nacionais e estrangeiros, os livros, os palcos, as ruas, as escolas, as universidades, as instituições, a arte, a literatura, a televisão e o cinema estão implicados nesta data. Porque será assim?

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