Ter literacia financeira é ter a capacidade de tomar decisões financeiras conscientes. Na prática é saber viver com o que se têm, não cair em fraudes financeiras, saber gerir o que se ganha, fazer créditos e planear o futuro financeiro.
Já dizia o meu avô, tal como todos os avós, que os ovos não devem ser colocados todos na mesma cesta. E não me estou a referir aos ovos da época, já que provavelmente vai ler esta crónica com um ovo da Páscoa na mão (ou na estômago).
No final do ano passado foi reprovado a recomendação que o governo desse "a preponderância devida à literacia financeira em contexto escolar". Como consultora financeira, empresária, ex-bancária, formadora e autora do livro Escola de Finanças Pessoais, não consigo perceber como se pode reprovar este projeto. Será que vivo numa bolha que vê todos os dias as consequências que a literacia financeira têm na vida das pessoas? Que ter literacia financeira não tem nada a ver com saber analisar gráficos complexos, resolver equações matemáticas nem compreender termos de macro economia.
Será que o novo governo que tomou posse há dias, vai fazer algo neste sentido? Ou prevê-se que para Abril, instabilidades mil (até setembro)? Voltemos ao tema da literacia financeira.
Ter literacia financeira é ter a capacidade de tomar decisões financeiras conscientes. Na prática é saber viver com o que se têm, não cair em fraudes financeiras, saber gerir o melhor possível aquilo que se ganha, fazer créditos de forma responsável, perceber as responsabilidades fiscais e planear o futuro financeiro sabendo que a poupança e o investimento não são exclusivos para quem tem ordenados chorudos.
Poderia continuar esta crónica a mostrar a importância do investimento no longo prazo e da diversificação de um portfólio de investimentos lucrativos. Mas não.
Vou falar de "outros ovos". Os ovos do conhecimento para perceber na prática conceitos de literacia financeira. Digo isto porque uma das perguntas que mais ouço é: "que livro de investimentos devo ter para ter literacia financeira?".
Investimentos? E o resto? É para começar a começar a construir a casa pelo teto?
Quem faz a pergunta desta forma, claramente não percebe o que os investimentos significam no mundo da literacia financeira.
Deixo aqui 4 cestas em que deve depositar os ovos do conhecimento:
1. Resistir a créditos e dívidas
São apelativos, é verdade! São suaves prestações que nem se sente no mês a mês… Só que não. As dívidas são um grande ponto de fragilidade no orçamento familiar. Sejam créditos bancários ou dívidas a alguém ou instituição. Se não tem dívidas de nenhum tipo: Parabéns! Se tem é importante perceber como categorizá-las. No mundo das finanças pessoais são divididas entre dívida boa e dívida má, ou seja:
Dívida boa: dívida que foi contraída para financiar algo que dará lucro. Por exemplo: crédito para uma formação que vai permitir aumentar rendimentos no futuro.
Dívida má: dívida que foi contraída para financiar algo que não vai gerar lucro, mas sim despesa. Como é o caso de crédito para férias ou crédito para recheio da casa. Este tipo de dívida é cara e será aconselhável que seja amortizado o mais rápido possível.
2. Poupar:
Primeiro vamos perceber a diferença entre poupar e gastar menos. Se um ovo da Páscoa estava com desconto e custou 7€ em vez de 10€, significa que gastou 7€. Não pode dizer que poupou 3€. Gastar menos não se trata de poupança. Publicidade a produtos com desconto são na realidade um apelo ao consumo. Só um consumo consciente permite chegar à poupança. Não o fomo que faz gastar dinheiro só porque algo está com redução de preço (muitas vezes falsas promoções).
Poupança é juntar dinheiro. E é dessa poupança que todos, sem exceção, devemos ter. O que, o meu avô chamada de pé de meia. Aquela poupança que requer consistência e persistência com um objetivo claro.
Criar o hábito de poupança não é fácil, mas depois de implementado é dos hábitos mais transformadores da vida financeira.
3. Investir e ganhar mais dinheiro
Investir permite preservar e aumentar o património. Sim, preservar. Quem tem poupança, mas não investe o dinheiro está a perder ano após ano de forma quase silenciosa o seu património para a inflação. E que tal aproveitar os PPR´s, fundos de investimento, ações ou ETf´s para que os juros compostos façam mais dinheiro com o dinheiro que já ganhou? Existe o mito que para investir é necessária uma quantia considerável de dinheiro. Errado. É possível começar a investir com 100€ (ou menos)! O dinheiro não chega para no final do mês investir? Talvez seja tempo de repensar as finanças e ponderar em ter outra fonte de rendimento.
4. Planear
A grande maioria vive mês a mês sem pensar muito num planeamento a longo prazo das finanças e da vida em geral. Estas questões são importantes: Quando quero reformar-me? Quando quero comprar ou terminar de pagar a minha casa? Como fazer poupança para os filhos?
O primeiro investimento a fazer nesta área é em conhecimento. Segundo Benjamin Franklin "Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros" e sem dúvida que investir neste conhecimento é mesmo encontrar os ovos de ouro!
Ter literacia financeira é ter a capacidade de tomar decisões financeiras conscientes. Na prática é saber viver com o que se têm, não cair em fraudes financeiras, saber gerir o que se ganha, fazer créditos e planear o futuro financeiro.
Nenhuma universidade ensina a montanha russa que é trabalhar por conta própria e o que significa ter aos seus ombros a gestão financeira do seu negócios e das suas finanças pessoais. E quem disser que nunca pensou em desistir, está a mentir!
O dinheiro é provavelmente a maior causa de discussões entre casais. Quem é que gasta mais? Quem é mais Tio Patinhas? Quem é money nerd? Quem é que nem quer olhar para as contas porque são infindáveis?
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