Bastidores: Poder e influência
Esta semana publicamos a lista das 100 mulheres mais poderosas do País. Muitas delas, como Elisa Ferreira, Isabel Alçada, Ana Rita Cavaco ou Leonor Beleza aceitaram falar à SÁBADO: sobre poder, feminismo e as respetivas áreas de influência
Quando Leonor Beleza foi convidada por Francisco Pinto Balsemão para ser secretário de Estado, a hoje presidente da Fundação Champalimaud disse que aceitaria com uma condição: ser designada secretária de Estado – no feminino. Estávamos em 1982 e o pedido foi precursor da linguagem de género na política. Algo que se repetiu anos mais tarde quando disse a Cavaco Silva que queria ser ministra e não ministro. O motivo: "Interessa-me mais a substância, mas a forma é por vezes importante para que a substância evolua", explicou à jornalista Helena Garrido – que regressa esta semana às páginas daSÁBADO.
Hoje, e bem, a questão já nem se coloca. E Leonor Beleza, afastada da política, foi considerada pela redação daSÁBADOuma das 100 mulheres mais influentes do País.
Para chegarmos a este número o primeiro passo foi decidir que áreas abarcar. Começámos pelas tradicionais: Política, Educação, Saúde, Justiça, Economia, Cultura e Desporto. Mas depois percebemos que, na Economia, seria importante distinguir entre Empresárias e Gestoras. E que, dado o cada vez maior número de mulheres em funções públicas não eleitas, deveríamos criar uma categoria de Administração Pública. Para abarcar a indústria televisiva, a comunicação social e as novas influenciadoras elegemos a categoria de Média e Entretenimento. Por fim, com cada vez mais mulheres em cargos de destaque internacional, cujas funções não são muitas vezes conhecidas em Portugal, entendemos que era importante criar uma secção de Organizações Internacionais. No fim, reunimos uma lista com mais de 200 nomes, sabendo que haverá outros que poderiam ser acrescentados.
A fase seguinte passou pela eleição. A redação daSÁBADOfoi chamada a atribuir a cada uma destas mulheres uma nota de 1 a 5 em cinco categorias: o poder do dinheiro (a capacidade que têm de mobilizar recursos económicos); a influência (o poder de influenciar decisões nas respetivas áreas); o mediatismo (ou seja, a respetiva notoriedade na sociedade); a perenidade (se é um poder conjuntural ou duradouro); e o sucesso e desempenho (uma avaliação das respetivas conquistas).
A soma de todos os votos permitiu-nos elaborar o ranking que tem nas mãos. A fase seguinte passou por contactar as eleitas. Muitas não quiseram colaborar. Outras fizeram-no orgulhosamente e em defesa de uma causa que entendem sua.
Como todas as listas, sabemos que ela é discutível. Não só por ser uma escolha, mas também porque todas as escolhas são influenciadas pelo momento em que as fazemos. Será por isso natural que entre as mulheres mais influentes do País estejam várias com um lugar de destaque no combate à pandemia. Para o ano as escolhas serão, certamente, diferentes.
Boa semana.
As 100 mulheres mais poderosas do país
A saga da família Roquette
Vieram de França, no século XVII, e já vão na 14ª geração São mais de 2.300 Roquettes, do boémio Rafael ao tenente da Torre de Belém e ao cónego Ignácio, autor de um famoso manual de etiqueta.
Como preparar a reforma
O que deve fazer para quando chegar a altura da reforma e como se deve manter ativo. E ainda: reportagem na Síria; ao telefone com o ator Rafael Ferreira.
As polémicas escutas
As 50 conversas de António Costa intercetadas revelam pedidos de cunhas e desabafos. Na Ucrânia, há um português na linha da frente, a fugir de drones e a esconder-se vários dias em trincheiras. Por cá, um casal luta contra a doença do filho, tão rara que ainda não tem nome
Aproveitar os feriados
Do Minho ao Algarve, 22 sugestões para gozar os fins-de-semana prolongados de dezembro. E ainda: médicos prescrevem atividades como dança ou jardinagem; de onde vem o dinheiro para as Presidenciais?
Os portugueses que não voltaram
Com a fuga de Angola, há 50 anos, muitos portugueses voltaram para cá. Mas também houve quem preferisse começar uma nova vida noutros países, do Canadá à Austrália. E ainda: conversa com o chef José Avillez; reportagem numa fábrica de oxigénio.
Edições do Dia
Boas leituras!