... mas muitos pormenores só deverão acabar em 2034. A nova data foi anunciada pelo presidente da organização encarregada de terminar a obra, cuja primeira pedra foi lançada há 144 anos.
144 anos depois de a primeira pedra ter sido lançada, a Sagrada Família em Barcelona tem como nova data de conclusão o ano de 2026, quando se assinalam 100 anos da morte de Antoni Gaudí.
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A data foi anunciada na quarta-feira, dia 20, por Esteve Camps, presidente da organização encarregada de concluir a obra. O responsável referiu que tinha o dinheiro e o material para terminar o edifício, incluindo a torre central de 172,5 metros dedicada a Jesus Cristo, tornando assim a Sagrada Família o edifício mais alto de Barcelona.
Apesar de a finalização da estrutura do edifício estar prevista para 2026, é expectável que os trabalhos nas esculturas, nos pormenores decorativos e sobretudo na controversa escadaria que irá conduzir ao que acabará por ser a entrada principal se prolonguem até 2034. Esta escadaria irá prolongar-se ao longo de três quarteirões, levando ao desalojamento de cerca de mil famílias e negócios.
Em 1882, quando as obras começaram, o local era apenas um terreno agrícola. Nos anos que se seguiram, a cidade começou a crescer à volta da basílica.
Vários estudiosos de Antoni Gaudí contestam que a escadaria nunca esteve presente nos planos iniciais do arquiteto. No entanto, o presidente da organização encarregada de concluir a obra insiste que as escadas sempre fizeram parte do seu plano.
Em 1936, no início da guerra civil espanhola, anarquistas incendiaram a cripta e destruíram o atelier de Antoni Gaudí e os modelos de gesso feitos para servir de guia aos seus sucessores na conclusão da obra. Atualmente, algumas partes do projeto original continuam a ser um mistério.
"Estamos a seguir à risca o plano de Gaudí", afirmou Esteve Camps. "Somos os seus herdeiros e não podemos renunciar ao seu projeto. O plano apresentado às autoridades locais em 1915, assinado por Gaudí, inclui a escadaria."
A equipa de arquitetos para a conclusão do projeto tem estado em conversações com Jaume Collboni, presidente da Câmara de Barcelona, uma vez que a autarquia tem a última palavra. "Não tenho uma bola de cristal que me diga quando é que eles vão tomar uma decisão", acrescentou Esteve Camps.
Desde que foi criada, a basílica da Sagrada Família foi afetada por guerras, negligência e falta de financiamentos. Mais recentemente, foi também afetada pela pandemia Covid-19, o que levou a uma interrupção de pelo menos dois anos de trabalhos no local.
Antes do turismo, os trabalhos eram financiados maioritariamente por donativos, o que tornava o fluxo de caixa imprevisível. Muitos duvidavam que a obra fosse alguma vez fosse concluída. O próprio poeta Joan Maragall chegou a descrever a basílica como "a poesia da arquitetura, um templo que nunca estará terminado, que está constantemente a tornar-se".
A Sagrada Família é considerada uma das maravilhas do mundo, mas não por todas as pessoas. O pintor Salvador Dalí chegou a descrever a sua "beleza aterradora e comestível", enquanto o escritor do livro 1984, George Orwell, considerou "um dos edifícios mais hediondos do mundo" e comentou que os anarquistas demonstraram falta de gosto por não a terem explodido quando tiveram oportunidade.
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