Vaticano suspende investigações a abusos sexuais devido ao coronavírus
Santa Sé suspendeu também todas as atividades no estrangeiro, após ter sido registado o primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus no Estado do Vaticano.
O Vaticano suspendeu as investigações aos casos de abusos sexuais por parte de elementos da Igreja Católica no México, devido à propagação do surto de Covid-19 em Itália e na Cidade do Vaticano, anunciou hoje a Conferência Episcopal mexicana.
De acordo com um comunicado divulgado pela Conferência Episcopal do México, citado pela Associated Press, o Vaticano suspendeu também todas as atividades no estrangeiro, após ter sido registado o primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus no Estado do Vaticano.
Contudo, a Santa Sé não anunciou oficialmente quaisquer cessações das atividades.
O embaixador do Vaticano no México, o arcebispo Franco Cappola, anunciou esta semana que quatro bispos daquele país estão a ser investigados desde maio, por alegada ocultação e negligência em relação a casos de abusos sexuais.
Os dois principais investigadores da Santa Sé para crimes sexuais, o arcebispo Charles Scicuna e Jordi Bertomeu, tinham uma visita programada ao país entre 20 e 27 de março.
A visita dos dois investigadores incluía contactos com vítimas de abusos, bispos e líderes de várias ordens religiosas.
Charles Scicuna e Jordi Bertomeu são os responsáveis das investigações aos casos de abusos sexuais no Chile, em 2018, e que redigiram um relatório com 2.600 páginas e os testemunhos de mais de 60 vítimas.
A investigação levou o Papa Francisco a pedir perdão pelos crimes cometidos e a aprovar novas medidas para responsabilizar os agressores sexuais e elementos da Igreja Católica que encobriam os casos.
O México, país com maior número de católicos no mundo, tem vindo a acumular casos de abusos sexuais e encobrimento.
O número de pessoas infetadas pelo Covid-19 em todo o mundo ultrapassou os 100 mil, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP), com dados atualizados às 15:00 de hoje.
No total, a epidemia já infetou 100.002 pessoas, das quais 3.407 morreram, em 91 países.
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