Rússia veta resolução da ONU para identificar autores de ataque químico
O país vetou um projecto de resolução do Conselho de Segurança da ONU, apresentado pelos EUA, para prolongar a investigação à utilização de armas químicas na Síria.
A Rússia vetou esta terça-feira um projecto de resolução do Conselho de Segurança da ONU para prolongar a investigação à utilização de armas químicas na Síria por mais um ano. O projecto, apresentado pelos EUA, recebeu duas abstenções, 11 votos a favor e dois contra, da Rússia e da Bolívia.
Vassili Nebenzia, embaixador da Rússia na ONU, tinha pedido um adiantamento da votação para Novembro - após a apresentação ao Conselho de um relatório da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) sobre o ataque com gás sarin, em Khan Sheikun, em Abril.
O adiantamento foi rejeitado por Nikki Haley, a representante norte-americana no Conselho. Nebenzia acusou os Estados Unidos de insistirem na data para "se exibirem e desonrarem a Rússia".
O embaixador explicou que Moscovo critica o chamado Mecanismo de Investigação Conjunto, mas que o seu objectivo não é terminar a missão dele, antes corrigir o mandato que o enquadra.
Haley argumentou que o prolongamento do mandato dos investigadores tem o "apoio esmagador" dos membros do Conselho de Segurança e que a Rússia quer apenas saber se o relatório acusa o regime de Bashar al-Assad. "Não podemos trabalhar dessa forma", disse a embaixadora norte-americana.
A 4 de Abril, um ataque com armas químicas em Khan Sheikhun, uma pequena localidade do norte da Síria controlada por rebeldes e jihadistas, fez mais de 80 mortos e desencadeou um ataque dos Estados Unidos com 59 mísseis de cruzeiro contra a base aérea de onde terão partido os aviões com o agente químico.
A OPAQ concluiu em Junho que foi usado gás sarin, um poderoso agente neuro-tóxico, em Khan Sheikhun, mas a identificação dos responsáveis pelo ataque foi atribuída ao Mecanismo de Investigação Conjunto ("Joint Investigative Mechanism", JIM), integrado por peritos da ONU e da OPAQ.
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