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Pussy Riot consideradas “organização terrorista” por tribunal russo

Renata Lima Lobo 15 de dezembro de 2025 às 15:41

O grupo de protesto feminista está proibido de operar em território russo, decretou o Tribunal Distrital de Tverskoy, em Moscovo.

A partir desta segunda-feira, a banda punk Pussy Riot – e qualquer pessoa com ligações ao grupo feminista - é formalmente fora da lei. Segundo a Associated Press (AP), a decisão de classificar a banda como “organização extremista” foi tomada pelo Tribunal Distrital de Tverskoy, em Moscovo, que proíbe o grupo de operar na Rússia, colocando em risco de processo criminal qualquer pessoa com ligações às Pussy Riot.
Rick Kern/WireImage
Mais do que uma banda, as Pussy Riot são um coletivo artístico e movimento político fundado em 2011, em oposição ao regime político de Vladimir Putin. Algumas das preocupações expressas pela banda passam pela liberdade de expressão, corrupção política e fraude eleitoral, lutando também por temas como género e direitos LGBT. O grupo ganhou notoriedade internacional quando, em 2012, cinco membros subiram ao púlpito da Catedral de Cristo Salvador, em Moscovo, para cantar “Punk Prayer”, uma canção que criticava a estreita relação entre o patriarca russo Kirill e Vladimir Putinv, assim como as posições conservadoras da Igreja Ortodoxa. Vestidas com roupas coloridas, collants e balaclavas, a atuação tornou-se viral e resultou na detenção de três elementos do grupo (Nadya Tolokonnikova, Kat Samutsevich e Maria Alyokhina), condenadas a dois anos de prisão, sob a acusação de vandalismo motivado por ódio religioso.
Atualmente, as integrantes do grupo continuam a fazer oposição ao regime, mas principalmente no exílio. Em setembro, cinco pessoas ligadas às Pussy Riot - Maria Alyokhina, Taso Pletner, Olga Borisova, Diana Burkot e Alina Petrova - foram condenadas a penas de prisão por divulgar “informações falsas” sobre as forças armadas russas. Em particular, num vídeo anti-guerra e uma performance de Pletner na Alemanha, onde a artista urinou num retrato de Putin. Segundo a AP, o tribunal atribuiu uma pena de prisão de 13 anos a Alyokhina e uma de 11 anos a Pletner. As restantes receberam penas de oito anos de prisão.
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