Polícia marroquina proíbe protestos pela morte de activista
As autoridades impediram todas as manifestações em diversas povoações do Rif
A polícia marroquina impediu hoje todas as manifestações em diversas povoações do Rif para condenar a morte de um activista daquela região, que não resistiu aos graves ferimentos após confrontos entre manifestantes e polícia em 20 de Julho.
Diversas equipas da polícia de intervenção marroquina deslocaram-se para o bairro de Sidi Abid em Al-Hoceima, a capital do Rif, para impedir uma manifestação convocada por activistas locais em protesto contra a morte de Imad al Ataboi, 24 anos, e atribuída a uma acção policial, indicou a agência noticiosa EFE.
Várias unidades da polícia de choque, equipadas com canhões de água, também se posicionaram em diversas zonas de Al-Hoceima.
A polícia marroquina também utilizou a força para impedir outras manifestações nas povoações de Imzouren e Izafzafen, a sul de Al-Hoceima.
"Não conseguimos organizar uma única concentração por culpa da polícia", disse à EFE um dirigente do Al Hirak al Shaabi (movimento popular), que promove manifestações em Rif desde Outubro passado, em protesto contra o isolamento e abandono da região por parte do poder central.
A polícia de choque marroquina também empregou a força para dispersar outra manifestação na cidade de Nador, 81 quilómetros a leste de Al-Hoceima.
Um irmão do jovem Imad disse à EFE que as autoridades marroquinas impediram a família de ver o corpo do activista durante várias horas.
Um responsável do Conselho nacional de direitos humanos (CNDH, organismo oficial) informou posteriormente a EFE que as autoridades acabaram por concordar em realizar uma autópsia e permitir que a família visse o corpo antes do enterro, previsto para hoje em Al-Hoceima.
Imad Attabi morreu na terça-feira num hospital militar de Rabat, onde foi internado após as graves lesões cerebrais na sequência de confrontos em 20 de Julho com a polícia de intervenção marroquina, no decurso da repressão do último protesto na cidade de Al-Hoceima.
O movimento de contestação Al Hirak al Shaabi decorre há mais de nove meses na cidade de Al-Hoceima, capital da província com o mesmo nome, para protestar contra o "Estado corrompido" e a marginalização desta região do Rif.
Com a intensificação das manifestações desde o final de maio na cidade de Al-Hoceima, epicentro da contestação, a polícia deteve mais de uma centena de pessoas, incluindo os principais mentores do movimento, indiciados por "atentado à segurança do Estado".
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