Polícia brasileira faz buscas em imóveis ligados ao líder do partido de Bolsonaro
As autoridades brasileiras tentam descobrir se houve fraude no uso dos recursos do fundo partidário, constituído de dinheiro público, que deve ser destinado para candidaturas de mulheres. Partido de Luciano Bivar suspeito de criar candidaturas-fantasma.
A polícia brasileira realizou, esta terça-feira, uma operação de busca e apreensão em vários imóveis ligados a Luciano Bivar, líder do Partido Social Liberal (PSL), partido do presidente do país,Jair Bolsonaro, numa operação que investiga fraude eleitoral.
Os agentes cumpriram nove mandados de busca e apreensão por ordem do Tribunal Regional Eleitoral dePernambuco, localizado na região nordeste do Brasil, informou a Polícia Federal em comunicado.
As autoridades brasileiras tentam descobrir se houve fraude no uso dos recursos do fundo partidário, constituído de dinheiro público, que deve ser destinado para candidaturas de mulheres.
Segundo a lei brasileira, pelo menos 30% dos valores do fundo partidário recebido pelos partidos políticos deve ser usado nas campanhas de candidatas, mas a Polícia Federal disse que há indicações de que no PSL esse dinheiro foi usado "de maneira fictícia".
Várias das propriedades que foram alvo das buscas realizadas nesta terça-feira estão ligadas ao deputado federal (membro da câmara baixa parlamentar) e presidente do PSL, Luciano Bivar, que, através de seu advogado, disse que a operação é "um completo absurdo".
"Essa investigação está em andamento há muito tempo, tudo foi esclarecido, não havia necessidade dessas buscas. O delegado está pescando para encontrar alguma coisa", disse a defesa de Bivar numa nota enviada à imprensa.
O PSL possui 53 dos 513 deputados da Câmara dos deputados (câmara baixa parlamentar do Congresso), sendo o segundo maior partido, atrás apenas do Partido dos Trabalhadores (PT), que tem 54 deputados.
O partido de Bolsonaro também está envolvido noutro caso muito semelhante que levou a Promotoria (equivalente ao Ministério Público) a denunciar formalmente o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro António.
Álvaro António, único representante do PSL no gabinete de Bolsonaro, foi acusado de promover "candidatas-fantasma" para aumentar os recursos do fundo partidário.
Apesar de já ter sido denunciado, Bolsonaro manteve o ministro do Turismo no cargo e disse que poderá demiti-lo se a justiça brasileira aceitar a denúncia do Ministério Público.
Edições do Dia
Boas leituras!