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Paquistão aumenta em 12% gastos militares a meio da recessão provocada pela covid-19

12 de junho de 2020 às 17:58

O ministro da Indústria, Hammad Azhar, apresentou hoje o orçamento de quase 39 mil milhões de euros, menos 11% do que no ano anterior.

O Paquistão apresentou hoje o orçamento nacional, perto dos 39 mil milhões de euros, depois de registar o primeiro crescimento negativo (0,4%) em quase sete décadas como consequência da pandemia de covid-19, aumentando em 12% os custos militares.

O país asiático, com o sexto maior Exército do mundo em número de tropas com cerca de 650.000 militares, vai gastar quase sete mil milhões de euros na defesa, 12% a mais do que no ano passado, o que corresponde a 18% do orçamento total do país.

O ministro da Indústria, Hammad Azhar, apresentou hoje o orçamento de quase 39 mil milhões de euros, menos 11% do que no ano anterior, na Assembleia Nacional com uma meta de défice fiscal de 7%.

O orçamento deve ser aprovado pelo Parlamento numa votação que deverá ocorrer durante os próximos dias.

Azhar observou que se trata de um orçamento de "alívio" à população com uma meta fiscal de 26,5 mil milhões de euros, abaixo do número do ano passado, e sem a imposição de novos impostos.

O objetivo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este novo ano é de 2,1%, enquanto a inflação deve ser reduzida de 9,1% para 6,5%.

Além disso, dentro das medidas de austeridade foram congelados os salários de funcionários.

O governo do Paquistão anunciou na quinta-feira um crescimento negativo de 0,4% no ano fiscal que está prestes a terminar (de 01 de julho de 2019 a 30 de junho de 2020), a primeira contração que sofre em 68 anos, como consequência da crise provocada pelo coronavírus.

O conselheiro das Finanças do primeiro-ministro, Abdul Hafeez Shaikh, garantiu que a crise significou uma perda entre 3% a 3,5% do PIB do país, que enfrenta neste momento uma praga de gafanhotos que pode resultar em perdas acrescidas de 5,1 mil milhões de euros.

O Paquistão está numa situação económica difícil há anos, tendo recebido, em maio de 2019, ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de 5,3 mil milhões de euros.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 421 mil mortos e infetou mais de 7,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

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