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Panama Papers: Messi e Almodóvar envolvidos com Mossack Fonseca

04 de abril de 2016 às 09:23

A empresa tinha comunicado aos seus clientes ter sido alvo de um ataque informático

O Presidente da Argentina, o futebolista Lionel Messi e o cineasta espanhol Pedro Almodóvar figuram na lista comprometedora de personalidades divulgada hoje na sequência de uma fuga de informação envolvendo a empresa de advogados panamiana Mossack Fonseca.

A lista, que inclui 72 chefes ou ex-chefes de Estado, foi divulgada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que agrega repórteres de mais de cem meios de comunicação.

A série de nomes - já conhecida como Os documentos de Panamá - inclui o rei da Arábia Saudita, o Presidente da Ucrânia, os primeiros-ministros da Islândia e do Paquistão, elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.

Documentos da base de dados da empresa de advogados revelam movimentos de empresas offshore vinculadas à família do Presidente chinês, Xi Jinping.

A documentação, hoje divulgada, refere que foram criadas milhares de empresasoffshore e paraísos fiscais para que políticos e personalidades administrassem o seu património.

A lista engloba também mais de 500 bancos e subsidiárias, entre os quais o HSBC e o UBS, que terão impulsionado a criação de empresas em paraísos fiscais e estabelecido mais de 15 mil empresas deste tipo para os seus clientes através da Mossack Fonseca.

A empresa de advogados, especialista na gestão de capitais e patrimónios, negou à agência espanhola Efe qualquer vinculação a delitos que possam ter cometido centenas de milhares de clientes, de acordo com informações tornadas hoje públicas.

Ramón Fonseca Mora, sócio da empresa, disse que a companhia tem 40 anos de actividade legal e que criou 240 mil estruturas jurídicas, sem ter sido acusada ou condenada por qualquer crime.

Segundo a imprensa, a empresa comunicou aos seus clientes que foi alvo de um ataque informático e que os seus dados poderão ter sido afectados.

A fuga de documentação revelada pôs a descoberto os bens de 140 responsáveis políticos ou personalidades em paraísos fiscais.

O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação precisa, na sua página na internet, que mais de 214 mil entidadesoffshore aparecem, em 11,5 milhões de documentos, ligadas a mais de 200 países e territórios.

Pessoas próximas do Presidente russo, Vladimir Putin, por exemplo, terão desviado mais de dois mil milhões de dólares (mais de 1.750 milhões de euros) com a ajuda de bancos e sociedades fictícias, relata a imprensa.

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