Secções
Entrar

Ministro das Finanças britânico demite-se após recusar obedecer a Boris

13 de fevereiro de 2020 às 12:13

Sajid Javid demitiu-se após ter recusado afastar os seus assessores em troca de elementos escolhidos pelo primeiro-ministro. Junta-se à lista de "baixas" da governação de Boris Johnson.

O ministro das Finanças britânico, Sajid Javid, apresentou esta quinta-feira a demissão do governo, no decorrer de uma remodelação governamental conduzida pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, noticiou a BBC.

De acordo com a estação pública britânica, Javid terá recusado a "condição de despedir todos os seus assessores".

Sajid Javid já tinha protagonizado um confronto com o gabinete do primeiro-ministro, quando a assessora Sonia Khan foi despedida em setembro sem aviso prévio pelo conselheiro de Boris Johnson, Dominic Cummings, que ordenou que lhe fosse retirado o telemóvel e que fosse escoltada pela polícia até ao portão dos edifícios do governo.

A saída é uma surpresa, já que Boris Johnson tinha prometido manter Javid, o qual tinha previsto a apresentação do orçamento a 11 de março, apesar da especulação de que o secretário de Estado das Finanças, Rishi Sunak, poderia ser promovido.

Das mudanças conhecidas, sabe-se que as ministras da Economia, Andrea Leadsom, Ambiente, Theresa Villiers, e Habitação, Esther McVey, todas destacadas eurocéticas, foram demitidas.

Destas três, apenas Andrea Leadsom tinha resistido à transição do governo de Theresa May, em julho, quando Boris Johnson assumiu funções e removeu a maioria dos ministros pró-europeus para se concentrar no processo do ‘Brexit'.

McVey disse "lamentar" a demissão, mas disse que continuaria a apoiar o governo enquanto deputada, enquanto Leadsom afirmou ter sido um "privilégio" fazer parte de governos sucessivos durante seis anos, sob David Cameron, May e Johnson.

Porém, a demissão mais comentada foi a do ministro para a Irlanda do Norte, Julian Smith, que liderou o processo de restauração do funcionamento do governo e parlamento autónomos em janeiro, após três anos suspenso devido à falta de entendimento entre os partidos Sinn Féin e Partido Democrata Unionista (DUP).

"Em 8 meses como ministro, Julian, ajudou a restaurar o poder partilhado em Stormont, assinou um acordo connosco para evitar uma fronteira física, além da igualdade no casamento. É um dos melhores políticos da Reino Unido atualmente", elogiou o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar.

Entre os que ficam estão Dominic Raab, ministro dos Negócios Estrangeiros, Jacob Rees-Mogg, ministro dos Assuntos Parlamentares, Priti Patel, ministra do Interior, três destacados eurocéticos, e Michael Gove, chanceler do Ducado de Lancaster e ministro do Conselho de Ministros.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela