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Militares pressionam presidente sudanês a abandonar cargo

11 de abril de 2019 às 10:40

Omar al-Bashir é indesejado em vários países do continente africano e é alvo de acusações por parte de instâncias jurídicas internacionais por responsabilidades em crimes de guerra na região de Darfur.

Os militares sudaneses estão a forçar o presidente Omar al-Bashir a abandonar o cargo, disseram à Associated Press, esta quinta-feira, dois oficiais de alta patente do exército de Cartum.

Os dois oficiais que falaram sob anonimato disseram à Associated Press (AP) que decorrem neste momento negociações entre o exército no sentido da formação de um governo de transição, mas desconhecem-se os pormenores sobre a forma em que pode vir a ocorrer o eventual afastamento do chefe de Estado.

Omar al-Bashir é indesejado em vários países do continente africano e é alvo de acusações por parte de instâncias jurídicas internacionais por responsabilidades em crimes de guerra na região de Darfur.

A televisão do Sudão informou durante a madrugada que o Exército vai fazer uma "comunicação importante" em breve a propósito das manifestações que pedem o afastamento do presidente Omar al-Bashir.

Após o anúncio, às 05h00 (03h00 em Lisboa) a televisão pública passou a emitir apenas o distintivo do Exército ao som marchas militares.

Na capital do Sudão os militares posicionaram-se em vários pontos da cidade durante a madrugada, nomeadamente junto dos edifícios da televisão e da rádio públicas.

De acordo com a AP, vários veículos militares foram enviados para junto das principais pontes sobre o Nilo, em Cartum, enquanto milhares de populares mantêm as concentrações de protesto em vários pontos da capital, sobretudo junto ao quartel-general do Exército.

O Comité Central de Médicos do Sudão, uma organização sindical da oposição, afirma que aumentou para 22 o número de mortos, desde sábado, entre os quais cinco militares que defendiam os manifestantes dos elementos do corpo de polícia.

A mesma organização refere que 153 pessoas ficaram feridas, sendo que um número "significativo" de feridos se encontra em estado grave pelo que admite que o número de mortos pode aumentar nos próximos dias.

Os protestos, que começaram em dezembro, intensificaram-se nos últimos dias a partir do momento em que a população tenta pressionar os militares a forçar a demissão do presidente.

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