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Maduro atribui acusações de narcoterrorismo a ação extremista dos EUA

27 de março de 2020 às 07:36

O Departamento de Justiça norte-americano acusou o presidente da Venezuela e 13 pessoas do seu círculo de narcoterrorismo e de conspiraram com rebeldes colombianos.

O Presidente da Venezuela atribuiu hoje as acusações de narcoterrorismo feitas pelos Estados Unidos, contra o Governo, a "uma ação extremista" e pediu aos militares que estejam alerta contra possíveis ataques.

"Hoje vimos ações contra vários oficiais venezuelanos, [pessoas] de bem. O Governo de Donald Trump, numa ação extrema, vulgar e miserável, lançou falsas acusações", declarou Nicolás Maduro.

O chefe de Estado venezuelano falava a partir do palácio presidencial de Miraflores, durante uma intervenção transmitida pela televisão estatal venezuelana, com a presença em que esteve acompanhado pelo presidente da Assembleia Constituinte [que só integra apoiantes do regime], Diosdado Cabello, e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, dois dos 14 membros do Governo acusados pelos EUA.

 "Trump, és um miserável. A riqueza de Trump vem da extorsão de gangues em Nova Iorque. É um ato de loucura. O próprio Donald Trump sairá prejudicado por essas ações. Eles têm uma sociedade de drogas com [o Presidente da Colômbia, Ivan] Duque e vem acusar-nos? Temos combatido as máfias neste país. Eles nos acusam como se bombardeássemos o mundo. Como estamos triunfando, o império se desespera", considerou.

Segundo Nicolás Maduro, os governantes norte-americanos são "cowboys racistas que põe preços às cabeças de alguns funcionários, que estão na disposição de combatê-los em todos os terrenos".

"Temos a nossa moral intacta, a Venezuela tem o recorde de luta contra o narcotráfico nos últimos 15 anos, desde que expulsámos a DEA [agência norte-americana de combate ao tráfico de droga] daqui ", disse.

O Presidente da Venezuela denunciou a preparação de uma conspiração contra Caracas a partir de território colombiano, sob as ordens dos Estados Unidos e pediu às Forças Armadas do país que estejam alerta para conter possíveis ataques.

"Alerta, preparados para combate, onde for necessário, quando necessário e com toda a capacidade de combate necessária. Entendido? Entendido! Estamos prontos para o combate, não somos covardes, somos guerreiros, queremos paz, mas estamos prontos para o combate", frisou.

Nicolás Maduro acusou o líder opositor Juan Guaidó de estar envolvido numa conspiração contra a Venezuela e denunciou que na semana passada foi atacada uma instalação processadora de gás em Punta de Mata (sudeste).

"Queriam tirar-nos o gás e conseguiram durante dois dias", disse.

Maduro acrescentou apoiar todas as investigações anunciadas na quinta-feira pelo Ministério Público, contra Juan Guaidó e um ex-militar venezuelano Clíver Alcalá por uma frustrada tentativa de golpe contra o Governo.

"Como chefe de Estado, apoiarei todas as ordens. Estou pronto e firme na justiça", frisou.

O Departamento de Justiça norte-americano acusou, na quinta-feira, o Presidente da Venezuela e 13 pessoas do seu círculo, de narcoterrorismo e de conspiraram com rebeldes colombianos para "inundar os Estados Unidos de cocaína".

Entretanto, Washington anunciou o pagamento de recompensas para informações que leve à detenção de Nicolás Maduro, do presidente da Assembleia Constituinte, Diosdado Cabello, do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Maikel Moreno, do ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, do ex-vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, entre outros.

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