Luís Montenegro: "Estamos a caminhar para que se possa alcançar um acordo de paz"
O primeiro-ministro admitiu que se numa segunda fase for necessário envia um contingente de vontade para a Ucrânia. “Portugal estará naturalmente do lado daqueles que mantém a paz e a segurança”.
No final da cimeira extraordinária dos 27 líderes dos Estados-membros da União Europeia em Bruxelas, Luís Montenegro afirmou: "Foi uma oportunidade de reafirmarmos que do nosso ponto de vista não há a possibilidade de alcançar a paz sem a Ucrânia".
"Estamos a trabalhar para que se possa alcançar um acordo de paz, que deve também ser acompanhado pelas necessárias, e exigidas, garantias de segurança. Que devem ser robustas, credíveis, respeitar a independência, a soberania e a integridade territorial da Ucrânia", continuou.
"Portugal será parte de um esforço" para assegurar "um processo de paz que seja justo, inclusivo e duradouro", garantiu o primeiro-ministro português. Sem avançar valores, Luís Montenegro deu também a entender que Portugal terá de aumentar a sua despesa da Defesa para "estar à altura de uma relação de parceria com os nossos aliados". Montenegro já tinha referido anteriormente que quer antecipar o objetivo de investir 2% do PIB em Defesa, para tentar acompanhar o investimento dos restantes países da NATO.
Respondendo aos jornalistas, o primeiro-ministro admitiu que "se houver um processo de paz com o envolvimento da Europa" e numa segunda fase for necessário enviar tropas de manutenção da paz para a Ucrânia, ou um contingente de vontade como tem sido anunciado por França e Inglaterra, "Portugal estará naturalmente do lado daqueles que mantém a paz e a segurança".
Os 27 aprovaram um plano da Comissão Europeia para reforçar a sua defesa, como anunciou um porta-voz da União Europeia. Porém, não houve acordo sobre a Ucrânia, porque a Hungria ficou de fora e será, assim sendo, um acordo a 26.
Luís Montenegro considerou a proposta de Ursula von der Leyen "muito construtiva, ambiciosa, equilibrada e flexível" que vai permitir "fortalecer a política de Defesa e, sobretudo, o seu financiamento em termos de um projeto comum". Através da "contribuição simultânea do financiamento público e do financiamento privado".
O primeiro-ministro anunciou assim que vão ser mobilizados 150 mil milhões de euros do orçamento da União, que serão "depois emprestados aos Estados-membros", mas também a utilização de "mecanismos de flexibilidade no Pacto de Estabilidade e Crescimento", "a possibilidade de flexibilidade nas regras de coesão, no contexto do atual quadro, e ainda no contexto do financiamento do Banco Europeu de Investimento para a área da Defesa". No campo dos privados, Luís Montenegro saudou a vontade de "impulsionar a União das Poupanças e do Investimento".
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