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Israel pede a países europeus que reimponham sanções ao Irão

Lusa 02 de julho de 2025 às 11:37

Os países E3 são a França, a Alemanha e o Reino Unido, considerados os mais influentes nas questões europeias.

Israel pediu esta quarta-feira à França, Reino Unido e Alemanha para reativarem as sanções contra o Irão, depois de Teerão ter decidido suspender a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) após uma ofensiva militar israelita.

Jack Guez/Pool Photo via AP

"O momento de ativar o mecanismo 'snapback' é agora", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, que, numa mensagem publicada nas redes sociais, pediu aos chamados países E3 para que "reimponham todas as sanções contra o Irão".

Os países E3 são a França, a Alemanha e o Reino Unido, considerados os mais influentes nas questões europeias.

Criticou o "anúncio escandaloso" do Irão sobre asuspensão da cooperação com a AIEA, que descreveu como "uma renúncia total a todas as suas obrigações e compromissos nucleares internacionais", Gideon Saar defendeu que "a comunidade internacional deve agir decisivamente agora e utilizar todos os meios ao seu dispor para travar as ambições nucleares" iranianas.

Israel, que não é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e não está sujeito às inspeções da AIEA -- ao contrário do Irão -, tem apelado repetidamente aos países ocidentais para que endureçam a sua posição contra Teerão, argumentando que o país pretende desenvolver armas nucleares.

A acusação tem sido repetidamente negada pelas autoridades iranianas, que alertaram para as inevitáveis consequências da reimposição de sanções por parte dos países europeus.

A mensagem de Saar foi publicada pouco depois de o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, ter assinado a autorização, apoiada pelo parlamento, de suspensão da cooperação com a AIEA.

O Governo iraniano acusou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, de "obscurecer a verdade" com um "relatório tendencioso" que "foi instrumentalizado" pelo grupo E3 e pelos Estados Unidos para preparar a resolução aprovada a 12 de junho pelo Conselho de Governadores da AIEA, que considerou que o Irão estava a violar as suas obrigações pela primeira vez em duas décadas.

No dia seguinte, a 13 de junho, Israel lançou uma ofensiva militar contra o Irão - que respondeu disparando mísseis e drones contra território israelita -, seguida poucos dias depois, a 22 de junho, por uma série de bombardeamentos dos Estados Unidos contra três instalações nucleares iranianas.

Um cessar-fogo foi assinado a 24 de junho e, apesar de ter sido violado poucas horas depois de entrar em vigor, é considerado como estando ainda ativo.

Israel disse que a sua ofensiva tinha como objetivo combater o alegado programa de armas nucleares de Teerão, com ataques lançados apenas dois dias antes de uma nova reunião agendada entre o Irão e os Estados Unidos para tentar chegar a um novo acordo sobre o programa nuclear do Irão.

O programa, que foi alvo de um acordo assinado em 2015, foi rapidamente desenvolvido depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado, em 2018, durante o seu primeiro mandato, a retirada unilateral do pacto, que incluía inúmeras inspeções e limitações ao programa de Teerão.

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